Genebra, 30 jun – A Organização Mundial da Saúde (OMS) concedeu oficialmente nesta quarta-feira à China uma certificação de ser livre de malária como um símbolo de celebração do sucesso da eliminação da doença pelo país após 70 anos de luta.
De 30 milhões de casos de malária na década de 1940, a China reduziu esse número nas últimas décadas, para finalmente nenhum caso nos últimos quatro anos, revelou a OMS.
“Hoje parabenizamos o povo da China por livrar o país da malária”, exaltou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
“O sucesso deles foi arduamente conquistado e só aconteceu depois de décadas de ação direcionada e sustentada”, acrescentou.
Os esforços da China contra a malária começaram na década de 1950, quando a doença se espalhou no sul do país, perto de outros pontos críticos na parte continental do Sudeste Asiático.
O “Projeto 523” – um programa de pesquisa lançado em 1967 — permitiu à ganhadora chinesa do Prêmio Nobel Tu Youyou descobrir a artemisinina, um dos medicamentos antimaláricos mais eficazes da atualidade, segundo a OMS.
Nas últimas duas décadas, a China intensificou seus esforços e reduziu o número de casos anuais de 117.000 para 5.000 na década de 1990, fornecendo treinamento de pessoal, equipamento de laboratório, medicamentos antimaláricos e novos métodos para controlar a propagação do mosquito.
A estratégia “1-3-7” — um dia para relatar um caso, três para confirmá-lo e sete dias para prevenir a propagação da doença — também foi uma ferramenta de sucesso e ainda é usada hoje em dia por viajantes que chegam de países com incidência da malária.
Nenhum caso foi relatado na China nos últimos quatro anos, garantindo a certificação livre de malária pela OMS.
“Ao longo de muitas décadas, a capacidade da China de pensar fora da caixa serviu bem ao país em sua própria resposta à malária e também teve um efeito cascata significativo em todo o mundo”, avalia Pedro Alonso, diretor do Programa Global de Malária da OMS.