Bruxelas, 14 jun (China) — A Missão Chinesa na União Europeia (UE) rejeitou nesta segunda-feira a declaração da OTAN alegando “desafios sistêmicos” e acusou de calúnia ao desenvolvimento pacífico da China. É “uma continuidade da mentalidade da Guerra Fria e da política de bloco”.
Em um comunicado, a missão chinesa destacou que o país está comprometido com uma política de defesa “de natureza defensiva” e que sua busca pela modernização militar e de defesa é “justificada, razoável, aberta e transparente”.
O orçamento de defesa da China em 2021 é de cerca de US$ 209 bilhões, apenas 1,3% de seu PIB, menos que o padrão mínimo de 2% da OTAN.
Em comparação, o gasto militar total dos 30 membros da OTAN deve chegar a US$ 1,17 trilhão este ano, mais da metade do gasto militar global e 5,6 vezes o da China.
“As pessoas do mundo podem ver claramente quem tem bases militares no mundo todo e quem está mostrando músculos enviando porta-aviões para todo o mundo”, aponta o texto.
Quando se trata de energia nuclear, o número de armas nucleares chinesas “de forma nenhuma está no mesmo nível” dos estados membros da OTAN, como os Estados Unidos, observa o documento, citando relatórios de think tanks suecos e americanos.
A China sempre segue o princípio de não usar primeiro as armas nucleares em qualquer momento e sob qualquer circunstância e se compromete incondicionalmente a não usar ou ameaçar com armas nucleares países ou zonas livres de artilharia deste tipo.
“Gostaria de perguntar se a OTAN e seus Estados membros, que lutam por ‘paz, segurança e estabilidade’, podem assumir o mesmo compromisso que a China?”
O país buscará constantemente o desenvolvimento pacífico, mas nunca desistirá do direito de defender a paz e salvaguardar sua soberania, segurança e interesses de desenvolvimento. “A China não apresentará ‘desafios sistêmicos’ a ninguém, mas não ficaremos sentados sem fazer nada se os ‘desafios sistêmicos’ se aproximarem de nós”, alerta o comunicado.
A Missão Chinesa na União Europeia exigiu que a aliança militar trate do desenvolvimento da China de maneira racional, pare de exagerar sob qualquer forma a chamada “ameaça da China” e faça esforços sérios para promover a cooperação e manter a paz e estabilidade global e regional.