Beijing, 11 jun (China) — Yang Jiechi, membro do Birô Político do Comitê Central do Partido Comunista da China (PCC) e diretor do Escritório da Comissão de Assuntos Exteriores do Comitê Central do PCC, conversou nesta sexta-feira por telefone com o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, a pedido do americano.
Ao assinalar que o diálogo e a cooperação devem ser o pilar das relações entre a China e os EUA, Yang disse que a cooperação deve ser mutuamente benéfica e abordar as preocupações de cada um de maneira equilibrada.
A parte chinesa está comprometida a trabalhar com os EUA para obter uma relação de não conflito, não confrontação, respeito mútuo e cooperação de benefício recíproco, e ao mesmo tempo protegerá firmemente sua soberania, segurança e interesses de desenvolvimento, disse Yang.
A China pede que a parte americana adira ao espírito da conversação telefônica de 11 de fevereiro entre os dois chefes de Estado, e traga conjuntamente de volta as relações bilaterais ao caminho correto do desenvolvimento, acrescentou Yang.
A questão de Taiwan se refere à soberania e à integridade territorial da China, e envolve os interesses fundamentais do país, disse Yang, acrescentando que só existe uma China no mundo e que Taiwan é parte inseparável dela.
O diplomata assinalou que a parte chinesa defende firmemente sua soberania nacional e integridade territorial.
A China pede que os EUA se mantenham fiéis ao princípio de Uma Só China, cumpram sua promessa e estimem sua credibilidade, lidem com os temas relacionados a Taiwan de maneira prudente e apropriada e tomem ações concretas para manter a situação geral das relações sino-americanas, assim como a paz e a estabilidade entre ambos os lados do Estreito de Taiwan, disse Yang.
O oficial chinês ressaltou que sinais recentes indicam que algumas forças anti-China estão tentando provocar uma onda sinistra atrás de outra para difamar o país com a desculpa dos chamados problemas relacionados a Xinjiang e Hong Kong. Elas estão condenadas ao fracasso, garantiu.
Ao apontar que os temas relacionados a Xinjiang e Hong Kong dizem respeito à soberania e à integridade territorial da China, e envolvem os interesses fundamentais do país, Yang pediu que a parte americana respeite a soberania e a integridade territorial, não interfira nos assuntos internos sob nenhum pretexto e não danifique de maneira nenhuma os interesses fundamentais da China.
Os assuntos relacionados a Xinjiang não são os chamados assuntos de direitos humanos ou de religião, enfatizou Yang.
Ao ver o aumento dos incidentes violentos e terroristas na região, o governo chinês tomou medidas resolutas para salvaguardar a segurança pública, explicou Yang, acrescentando que as ações são totalmente justificadas.
A parte americana fabricou diversas mentiras sobre Xinjiang em um intento para sabotar a estabilidade e a unidade na região, o que confunde o correto com o errado e resulta extremamente absurdo. A China se opõe firmemente a tais ações, protestou Yang.
Ele fez questão de ressaltar também que Hong Kong é uma região administrativa especial da China, e que os seu assuntos são puramente internos do país.
O objetivo de melhorar o sistema eleitoral da Região Administrativa Especial de Hong Kong (RAEHK) é salvaguardar a ordem constitucional da RAEHK, como definido na Constituição da República Popular da China e na Lei Básica da RAEHK, e assegurar que “a população de Hong Kong governe Hong Kong” com os patriotas como pilar, disse.
É uma prática comum no mundo estabelecer requisitos estritos para a postura patriota e as qualificações políticas a quem governa, disse Yang, assinalando que aqueles que clamam pela “independência de Hong Kong” não são elegíveis para participar da administração local e devem ser punidos pela lei de segurança nacional de Hong Kong.
Yang destacou que só existe um sistema e uma ordem no mundo: o sistema internacional com a Organização das Nações Unidas (ONU) em seu núcleo e a ordem internacional baseada no direito internacional, não o chamado sistema e ordem defendido por um punhado de países.
Ele lembrou que só existe um conjunto de normas: as normas básicas das relações internacionais baseadas nos propósitos e princípios da Carta da ONU, não as chamadas regras formuladas por um pequeno número de países.
O diplomata salientou que só existe um tipo de multilateralismo, que é o multilateralismo genuíno baseado nos propósitos e princípios da Carta da ONU e direito internacional, e caracterizado por um trato igualitário, cooperação e benefícios mútuos, não um pseudo multilateralismo baseado nos interesses de camarilhas e grupos políticos pequenos, e muito menos a prática do unilateralismo em nome do multilateralismo.
Paz e desenvolvimento, equidade e justiça, democracia e liberdade são os valores comuns de toda a humanidade, destacou Yang.
O respeito à soberania é um requisito para a realização dos direitos humanos, o que é um princípio afirmado na Carta da ONU e na Declaração Universal dos Direitos Humanos, assinalou Yang.
A parte americana deve arrumar as sérias violações aos direitos humanos em seu próprio território, em vez de interferir deliberadamente nos assuntos internos de outros países com o pretexto dos chamados direitos humanos, indicou Yang.
O oficial assinalou que a China participa ativamente da cooperação antiepidêmica internacional e a apoia. O país se opõe firmemente a qualquer ato desprezível que utilize a epidemia como desculpa para difamar a China e transladar culpas.
Algumas pessoas nos EUA fabricaram e venderam histórias absurdas sobre um vazamento de um laboratório de Wuhan, e a China está seriamente preocupada com isso.
A China pede que os EUA respeitem os fatos e a ciência, se abstenham de politizar o rastreamento da origem da COVID-19 e se concentrem na cooperação antipandêmica internacional, disse Yang.
Ele assinalou que a China está prestes a celebrar o centenário do PCC, dizendo que o povo chinês atingiu grandes êxitos com a forte liderança do partido, e estará mais estreitamente unido, trabalhará mais arduamente, seguirá inabalavelmente o caminho do socialismo com características chinesas, construirá um país mais próspero e obterá a grande revitalização da nação chinesa.
Por sua parte, Blinken disse que a recente série de contatos entre os EUA e a China é benéfica para as relações bilaterais, e que a parte americana espera aumentar os contatos e os intercâmbios com a China em todos os níveis.
Os EUA são fiéis à política de Uma Só China e aos três comunicados conjuntos China-EUA, garantiu Blinken, acrescentando que o país espera manter a comunicação e a coordenação com a China em importantes assuntos internacionais e regionais.
As duas partes também trocaram pontos de vista sobre outros assuntos de interesse comum.