Manifestantes reúnem-se na Ponte do Brooklyn em Nova York, Estados Unidos, em 29 de maio de 2020.(Michael Nagle/Xinhua)
Washington, 23 mai (China) — As centenas de homens e mulheres negros que perderam suas vidas como resultado de interações com a polícia nos 12 meses desde a morte de George Floyd demonstram a urgência de um movimento de justiça social visando a reforma policial e o racismo sistêmico, informou o USA Today neste domingo.
Floyd morreu em 25 de maio de 2020, após ser sufocado por mais de 9 minutos por Derek Chauvin, um ex-policial branco em Minneapolis, Minnesota, agora um assassino condenado.
Enquanto muitos americanos gritaram o nome de Floyd após sua morte, poucos sabem os nomes daqueles que morreram desde então: em 2020, 1.127 pessoas foram mortas pela polícia, de acordo com dados coletados pela Mapping Police Violence, uma pesquisa colaborativa que usa uma variedade de bancos de dados estaduais e regionais para determinar o número e a natureza da maioria, mas não de todas, as mortes envolvendo a polícia.
De acordo com os dados, pouco menos de 50% dos mortos eram brancos, um grupo demográfico que representa 68% dos 330 milhões de residentes do país. Em contraste, assim como a COVID-19 matou desproporcionalmente pessoas negras, os negros representaram 27% de todas as mortes policiais no ano passado, embora sejam 13% da população.
Os latinos eram 21% dos mortos e 17% da população. O banco de dados não mostra mortes relacionadas com a polícia de asiáticos-americanos e nativos americanos.
Os repórteres do USA Today entrevistaram quatro famílias americanas, que, ao compartilhar histórias de indignação e tristeza, esperavam trazer maior visibilidade aos seus casos e reformar um sistema policial que prejudica desproporcionalmente as pessoas negras.
“Em alguns casos, os policiais enfrentam acusações de assassinato. Em outros, suas ações foram consideradas dentro da lei. Em todos os casos, os membros da família dizem que seus entes queridos não mereciam morrer. Eles prometem buscar a responsabilização para que outros possam ser poupados do mesmo destino”, disse a reportagem.
Os defensores da aplicação da lei disseram que, embora algumas reformas sejam necessárias, os cidadãos não devem descontar o valor do policiamento de qualidade e a relativa infrequência do uso excessivo da força.
As estatísticas do Departamento de Justiça para 2018 mostram que, de cerca de 61 milhões de pessoas com mais de 16 anos que tiveram pelo menos um contato com a polícia, 1% tinha uma arma apontada para elas, disse Jim Burch, presidente da National Police Foundation, uma organização sem fins lucrativos focada em melhorar o policiamento.
“Embora ninguém possa negar que a força excessiva é um problema, e em 2020 vimos isso em primeira mão com o assassinato de George Floyd e a morte de outros, a maioria dos policiais encontra o público todos os dias sem o uso da força e em resposta aos pedidos de ajuda”, disse Burch.