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Cooperação EUA-China em finanças sustentáveis é “passo positivo” para mundo, diz FMI

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, em uma coletiva de imprensa em Washington D.C., nos Estados Unidos, em 4 de março de 2020. (Xinhua/Liu Jie)

Washington, 14 abr (Xinhua) — É um “passo positivo” para o mundo o fato de os Estados Unidos e a China estarem cooperando em finanças sustentáveis no âmbito do Grupo dos Vinte (G20), afirmou a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva.

“Certamente ter as duas maiores economias cooperando em finanças sustentáveis é um passo muito positivo em um mundo que está se transformando, principalmente por causa das pressões que vêm dos riscos climáticos, e também para garantir que as questões sociais e ambientais estejam bem integradas na estratégias de investimento”, disse Georgieva em entrevista exclusiva à Xinhua nesta terça-feira.

As declarações de Georgieva foram feitas depois que os ministros das Finanças e presidentes dos bancos centrais do G20 concordaram na semana passada que o grupo de estudos de finanças sustentáveis será elevado para um grupo de trabalho de pleno direito, co-presidido pela China e pelos Estados Unidos.

“O que esperamos é que o G20 defina um roteiro claro de como as finanças sustentáveis podem ser integradas de forma mais profunda aos sistemas financeiros”, disse.

Georgieva reiterou que o FMI apoia fortemente os objetivos imediatos da agenda de finanças sustentáveis do G20, citando relatórios padronizados e o papel das instituições financeiras internacionais nas finanças sustentáveis.

“Claro que estaremos empenhados em fornecer suporte técnico conforme o trabalho avançar”, destacou.

A mudança climática apresenta riscos proeminentes para a estabilidade financeira de duas maneiras, ou seja, riscos físicos e riscos de transição, disse Georgieva.

Por um lado, os desastres naturais relacionados ao clima mais frequentes e devastadores já estão causando perdas financeiras e pressionando as instituições financeiras para que reconheçam e se protejam mais adequadamente contra esses riscos.

Por outro lado, à medida que as políticas mudam para um desenvolvimento resiliente ao clima e de baixo carbono, alguns setores se tornam menos atraentes para o financiamento e também apresentam alto risco na carteira de investidores, disse.

“O que o FMI está fazendo é usar um instrumento testado muito bem estabelecido, programas de avaliação do setor financeiro, para ajudar os países a identificar esses riscos e integrá-los em suas políticas do setor financeiro”, explicou.

Georgieva também elogiou o Banco Popular da China, o banco central chinês, por seus esforços para incentivar as instituições financeiras a apoiar investimentos verdes, ao mesmo tempo que atribui grande importância à qualidade desses investimentos.

“Estou muito feliz que o Banco Popular da China esteja muito sistematicamente engajado em fornecer uma boa orientação sobre padrões verdes. Além disso, está levando a sério o outro aspecto da transição para a nova economia climática, que são os riscos de estabilidade financeira relacionados ao clima”, disse.

O FMI e o Banco Popular da China estão programados para realizar um seminário de alto nível sobre finanças verdes e política climática nos dias 15 e 16 de abril, discutindo a experiência internacional em finanças verdes e o papel dos bancos centrais, reguladores financeiros, instituições financeiras e investidores.

No final do ano passado, os empréstimos verdes pendentes da China atingiram quase 12 trilhões de yuans (US$ 1,84 trilhão), os mais altos do mundo, mostraram dados oficiais.

Foto tirada em 13 de janeiro de 2021 mostra o Capitólio dos EUA em Washington, D.C., Estados Unidos. (Xinhua/Liu Jie)

Turistas visitam o Templo do Céu durante o feriado do Dia Nacional e do Festival do Meio Outono em Beijing, capital da China, em 4 de outubro de 2020. (Xinhua/Lu Peng)
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