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Entrevista: PCCh é “espinha dorsal” da nação chinesa, afirma ex-presidente brasileiro

Por Chen Weihua & Gabriel Fragoso

Rio de Janeiro, 9 abr (Xinhua) — O ex-presidente brasileiro Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) afirmou nesta quinta-feira (8) que o Partido Comunista Chinês (PCCh) é a “espinha dorsal” da formação da identidade chinesa. Ele também congratulou o PCCh por ter realizado tantos êxitos durante seus 100 anos de existência.

“Acho que o PCCh foi a espinha dorsal que permitiu a formação de uma noção de ‘Nós’. Quando você cria uma situação em que você tenha inimigos dentro do país, aí fica muito difícil, você tem que unir o país. E a China conseguiu isso, conseguiu se unir ao redor de seus objetivos e quanto eu saiba não fez guerra”, observou o ex-presidente brasileiro em entrevista exclusiva à Xinhua.

Cardoso também relembrou suas visitas à China durante e depois de seu período como mandatário brasileiro. Compartilhando suas impressões do país asiático, o ex-presidente elogiou a experiência chinesa no combate à fome e à pobreza.

“A China conseguiu o que parecia muito difícil. Em primeiro lugar, conseguiu acreditar nela própria. Eu acho que o PCCh teve a capacidade de tocar, não só no coração, mas no interesse das pessoas. Deu emprego para muita gente”, observou Cardoso.

O ex-presidente ressaltou o valor e universalidade da luta contra a pobreza. “Lutar pela vida” é uma obrigação de todo país, independente da forma de governo, afirmou Cardoso.

“(Seja em um) regime capitalista, regime socialista, temos que diminuir a pobreza. Eu acho que nesse caso a China pode ajudar bastante porque hoje dispõe de mais recursos”, explicou o ex-presidente.

A China já é o principal parceiro comercial do Brasil desde 2009. Tratando das relações sino-brasileiras, Cardoso garantiu que existe uma simpatia entre Brasil e China que precisa ser mantida e cultivada.

O ex-presidente acredita que o Brasil, independente do governante, preservará uma boa relação com a China por conta do sólido vínculo econômico estabelecido entre os dois países, o que não deve significar uma piora de relacionamento com outras nações.

“Eu sou favorável que o Brasil se dê com todos os países de sua região e do mundo. (Para) ter uma relação positiva com a China, não precisa ter (uma relação) negativa com os Estados Unidos. Precisamos ter uma visão mais global sobre essas coisas”, sublinhou.

Sobre a crise da pandemia de COVID-19, Cardoso fez críticas ao comportamento do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, que minimizou o vírus que está causando tantas mortes no país. O ex-presidente também denunciou os boatos inverídicos que tentam associar o novo coronavírus à China e elogiou o comprometimento chinês no combate à pandemia.

“Começam uma história contra a China que não é verdade. A China tem tido uma ação responsável, como eu posso ver”, comentou Cardoso.

Por fim, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso saudou os recentes esforços de estabelecimento de intercâmbios científicos e culturais entre os dois países. Para o ex-presidente, entender o outro é parte fundamental na manutenção da paz e prosperidade entre as nações.

“É positivo que haja troca de informações, trocas culturais, programas de colaboração. Quanto mais você for capaz de entender o outro, melhor”, concluiu.

Agência Xinhua

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