Rio de Janeiro, 29 mar (Xinhua) — O Cônsul-Geral da China no Rio de Janeiro, Li Yang, questionou recentemente as intenções dos comentários negativos sobre a situação de Xinjiang disseminadas no Ocidente e atribuiu as críticas à intenção de “difamar a imagem” da China sob instigação dos Estados Unidos.
Em artigo publicado esta semana na íntegra pelos veículos brasileiros Hora do Povo, Tribuna da Imprensa e Revista Intertelas, entre outros, Yang destaca que “nos últimos tempos, instigados pelos Estados Unidos, certos políticos, acadêmicos e veículos de comunicação do Ocidente têm comentado com entusiasmo várias desinformações sobre Xinjiang.”
“Qual é, afinal, a intenção deles?” Pergunta Li, para quem o objetivo é “difamar a imagem da China”, tanto no campo material como no campo moral.
“A competição estratégica que os Estados Unidos e outros países ocidentais travam com a China resume-se a duas frentes: a frente material, nos campos da economia, ciência e tecnologia; e a frente moral, no que tange ao sistema institucional e valores. Na frente material, a China mostra um desempenho impecável. Na frente moral, o Ocidente viu-se obrigado a reconhecer as vantagens institucionais da China, diante das provas impostas pela COVID-19”, afirmou.
Segundo o Cônsul-Geral, ao não reconhecer a derrota, o Ocidente “pretende provar que o crescimento chinês, não importa quão bem-sucedido seja, se deve ao regime totalitário, que foi obra do acaso e não vai durar muito, porque o sistema chinês não funciona”.
No artigo, Li enfatiza que “dividir e desmembrar a China é parte importante de uma estratégia insidiosa e venenosa dos EUA em relação à China, e que já vem de longa data.”
“A trama americana para dividir a China já se tinha instaurado às vésperas da fundação da República Popular da China! Foram eles que incitaram a divisão da China sob a governança respectiva do Partido Comunista da China e do Partido Kuomintang com o Rio Yangtze como fronteira; que apoiaram continuamente as forças separatistas de Taiwan para dificultar a reunificação chinesa; e que, mais recentemente, deram suporte aos elementos ‘pró-independência’ de Hong Kong”, recordou o Cônsul-Geral.
Sobre as críticas atuais do Ocidente com relação à região autônoma de Xinjiang, noroeste da China, onde vive o povo muçulmano uigur, a acusação é o suposto uso de mão de obra forçada na produção de algodão.
“Tudo isso tem origem em intenções escusas. Os EUA jamais cessaram o apoio e o aproveitamento dos grupos separatistas de Xinjiang e do Tibete. Na perspectiva dos EUA, tendo em vista todos os fatores, fabricar e disseminar rumores relacionados a Xinjiang é a forma mais fácil de incitar o ódio das minorias étnicas da região contra o governo central a fim de causar caos no país”, afirmou Li.
De acordo com o diplomata chinês, o objetivo é buscar pretextos para “criar problemas e dificuldades para a economia chinesa”.
“Assim, ações perfeitamente normais ou até mesmo primordiais para a redução da pobreza, como aquelas pessoas de Xinjiang que vão ao sul em busca de emprego ou colhem algodão na própria terra, são descritas como ‘trabalho forçado’. Sob este pretexto, anunciam sanções contra Xinjiang e o embargo à importação de algodão e seus derivados produzidos naquela região da China”, acrescentou.
Li cita ainda o objetivo de cercear a Iniciativa do Cinturão e Rota, destacando que, desde seu lançamento em 2013, a iniciativa “disponibiliza à comunidade internacional, contribuições conjuntas, abertura e benefícios compartilhados, a fim de criar novas oportunidades e impulsos para o desenvolvimento num contexto de recessão econômica global”.
O artigo enfatiza que a iniciativa já resultou em assinatura de acordos de cooperação entre a China e 138 países até o final do ano passado “dando forma a um grande número de projetos que alavancaram significativamente a economia e o padrão de vida dos países envolvidos”, enquanto outros países que se “auto proclamam grandes e poderosos”, além de não oferecerem algo semelhante para a comunidade internacional, passaram a criar problemas. “Xinjiang, como um importante eixo dessa iniciativa, tornou-se naturalmente o seu primeiro alvo”.
O Cônsul-Geral conclui o artigo destacando que, embora algumas pessoas possam ter sido enganadas por “mentiras fabricadas por vigaristas políticos e extremistas religiosos”, a justiça “jamais permitirá” que elas continuem sendo confundidas.