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Chanceleres chinês e russo conversam e chegam a consenso estratégico

Nanning, 23 mar (Xinhua) — O conselheiro de Estado e ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, conversou nesta terça-feira com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, e os dois lados chegaram a um consenso estratégico.

As negociações, realizadas na cidade de Guilin, na Região Autônoma da Etnia Zhuang de Guangxi, sul da China, marcaram o 51º encontro entre Wang e Lavrov. “Isso demonstra o alto nível da parceria estratégica abrangente de coordenação entre a China e a Rússia”, disse Wang.

COMUNICAÇÃO E COORDENAÇÃO ESTRATÉGICA

Não importa como mude a situação internacional, a coordenação estratégica abrangente entre os dois países apenas se fortalecerá e se expandirá, ao invés de enfraquecer ou diminuir, disse o ministro das Relações Exteriores da China.

Os dois lados concordaram que a orientação estratégica dos dois chefes de Estado constitui a força política dos laços bilaterais e que o combate conjunto à pandemia aprofundou ainda mais a amizade tradicional entre os povos de ambos os países.

Eles também concordaram que a cooperação pragmática impulsionou fortemente o desenvolvimento econômico e social dos dois países, e sua coordenação internacional contribuiu com estabilidade e energia positiva para o mundo.

Diante das rápidas mudanças na situação internacional, a realização de comunicação e coordenação estratégica oportuna não é apenas importante para a China e a Rússia, mas também benéfica para o mundo, disse Wang.

Este ano marca o 20º aniversário da assinatura do Tratado China-Rússia de Boa Vizinhança e Cooperação Amigável. Observando que os dois lados concordaram em renovar o tratado e torná-lo mais relevante na nova era, Wang disse que isso demonstra os novos patamares, novas ideias e novos resultados da cooperação China-Rússia.

Os dois lados devem fortalecer a coordenação estratégica, lutar firmemente contra informações falsas sobre a China e a Rússia, reforçar a cooperação em segurança da informação, apoiar um ao outro na manutenção da segurança de seus próprios governos e sistemas e salvaguardar seus direitos legítimos e interesses comuns, bem como manter a estabilidade nas áreas ao redor dos dois países, disse Wang.

A China está disposta a discutir o estabelecimento de um mecanismo de reconhecimento mútuo para os códigos de saúde com a Rússia, com base em consultas amigáveis e acomodando plenamente as preocupações de cada um, apontou Wang, pedindo aos dois lados que aprofundem ainda mais a cooperação em vacinas e ajudem a melhorar a acessibilidade das doses nos países em desenvolvimento.

Ele também instou os dois lados a tomarem seu Ano de Inovação Científica e Tecnológica como uma oportunidade para explorar o potencial de cooperação em 5G, big data, economia verde, internet, mudanças climáticas, proteção ambiental e indústria da saúde, trabalhando para a meta de US$ 200 bilhões no volume comercial.

Lavrov disse que a amizade entre os dois países é muito sólida e de grande qualidade.

“A Rússia está disposta a trabalhar com a China para implementar o consenso alcançado pelos dois chefes de Estado, manter estreitas trocas de alto nível, fazer preparativos para a prorrogação do Tratado Rússia-China de Boa Vizinhança e Cooperação Amigável e levar a relação bilateral a um nível mais alto”, disse Lavrov.

GOVERNANÇA GLOBAL

Após as conversações, os dois ministros das Relações Exteriores assinaram vários acordos de cooperação bilateral, bem como um comunicado conjunto sobre governança global, pedindo à comunidade internacional que deixe de lado suas diferenças, construa consensos, fortaleça a coordenação e proteja a paz mundial e a estabilidade geo-estratégica.

Sobre direitos humanos, os dois lados disseram que todos os países devem se opor à politização dessas questões, rejeitar o uso do tópico como desculpa para interferir nos assuntos internos de outros países, abandonar padrões duplos e dialogar com base na igualdade e no respeito mútuo, segundo o comunicado.

Não há um padrão unificado para o modelo de democracia, salienta o texto. O direito legítimo dos países soberanos de escolher seus próprios caminhos de desenvolvimento deve ser respeitado, e interferir nos assuntos internos dos países soberanos sob o pretexto de “avançar a democracia” não é aceitável, aponta o documento.

Diante da crescente turbulência política internacional, há uma necessidade urgente de realizar uma cúpula de membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas, para facilitar o diálogo direto e a discussão de soluções para os problemas enfrentados por todos os seres humanos e ajudar a manter a estabilidade do mundo, destaca o comunicado.

A China está disposta a fortalecer ainda mais a cooperação com a Rússia sob o quadro multilateral, salvaguardar conjuntamente o multilateralismo, manter o sistema internacional com a ONU no núcleo e a ordem internacional baseada no direito internacional, ao mesmo tempo em que se opõe firmemente às sanções unilaterais, bem como à interferência nos assuntos internos de outros países, disse Wang.

Agência Xinhua

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