Chengdu, 21 mar (Xinhua) — Arqueólogos chineses anunciaram neste sábado que algumas novas descobertas importantes foram feitas no lendário sítio das Ruínas de Sanxingdui, no sudoeste da China, ajudando a lançar luz sobre a origem unificada e diversa da civilização chinesa.
Arqueólogos encontraram seis novos poços de sacrifício e escavaram mais de 500 itens que datam de cerca de 3 mil anos nas ruínas de Sanxingdui na Província de Sichuan, anunciou a Administração do Patrimônio Cultural Nacional na capital provincial de Chengdu.
Até agora, os arqueólogos descobriram vários itens culturais importantes de quatro dos poços, incluindo peças de máscaras de ouro, folha de ouro, máscaras de bronze, árvores de bronze e um grande número de marfins. Pedaços de esculturas em miniatura de marfim, arroz carbonizado e sementes de árvores também foram escavados. O restante dos poços recém-descobertos ainda estão em escavação.
“Surpreendentemente, descobrimos alguns itens de bronze nunca ouvidos antes”, disse Lei Yu, do Instituto de Pesquisa de Arqueologia e Relíquias Culturais da Província de Sichuan. “Por exemplo, alguns itens grandes e delicados de bronze têm desenhos de dragão ou vaca de aparência bizarra.”
Em outra grande descoberta, resíduos de seda e produtos têxteis foram descobertos pela primeira vez em Sanxingdui, indicando que “o antigo Reino Shu foi uma das origens importantes da seda na China antiga”, de acordo com Tang Fei, chefe da equipe de escavação e chefe do instituto.
As novas fossas ficam próximas a duas fossas de sacrifício descobertas em 1986. Elas são retangulares, com áreas que variam entre 3,5 metros quadrados e 19 metros quadrados. Juntas, elas formam uma área na qual as pessoas da antiga civilização Shu ofereciam sacrifícios ao céu, à terra e a seus ancestrais, e oravam por prosperidade e paz.
As ruínas de Sanxingdui são consideradas uma das maiores descobertas arqueológicas da humanidade no século 20. O local foi acidentalmente descoberto por um fazendeiro quando ele cavava uma vala na década de 1920. Cobrindo 12 quilômetros quadrados, as ruínas estão localizadas na cidade de Guanghan, a cerca de 60 quilômetros de Chengdu, e acredita-se que sejam remanescentes do Reino de Shu, pelo menos 4.800 anos atrás e que durou mais de 2 mil anos.
“As novas descobertas irão enriquecer e aprofundar nossa compreensão da cultura Sanxingdui”, disse Song Xinchao, vice-diretor da Administração do Patrimônio Cultural Nacional.
Os tipos ancestrais de alguns itens de bronze descobertos em Sanxingdui podem ser encontrados nas Planícies Centrais ou em outras áreas ao longo do rio Yangtzé, o que é uma evidência poderosa de intercâmbios frequentes e da origem unificada e diversa da civilização chinesa, de acordo com pesquisadores chineses.
Jay Xu, chefe do Museu de Arte Asiática de São Francisco, disse à Xinhua que a arte em bronze altamente desenvolvida em Sanxingdui “a tornou notável entre muitas civilizações regionais na China e única entre as civilizações antigas”.
Em 1986, um grande número de relíquias únicas foi escavado nos poços nº 1 e nº 2, despertando interesse global. Até agora, mais de 50 mil peças foram encontradas em Sanxingdui.
Mais de 30 instituições participaram da última rodada de trabalhos de escavação, apresentando o uso de tecnologias modernas e integração de escavação e preservação.