Na cúpula do G7 em Hiroshima, os políticos japoneses não receberam nenhuma resposta positiva sobre seu plano de descarga de esgoto nuclear no mar. Devido à forte oposição, a declaração conjunta da reunião não inclui palavras, como “saudar o despejo das águas contaminadas”, mas menciona apenas “apoio à investigação independente da Agência Internacional de Energia Atômica”.
O resultado não surpreende. Em fevereiro deste ano, os veículos de imprensa japoneses noticiaram que as autoridades do país queriam adicionar os conteúdos relacionados ao plano de despejo da água de Fukushima no oceano nos documentos da reunião de ministros do clima, da energia e do meio ambiente do G7, em abril. Entretanto, a pretensão foi difícil de ser alcançada devido à oposição da Alemanha e de outros países.
Mesmo assim, o governo japonês não desistiu. Na cúpula do G7,chegou a fornecer, especialmente a políticos e jornalistas participantes, alimentos, bebidas alcoólicas e sobremesas produzidas em Fukushima, tentando buscar apoio para a liberação dos resíduos no mar. Antes disso, substâncias radioativas em excesso já haviam sido detectadas repetidamente em alimentos produzidos na cidade onde fica a usina que teve um grande acidente nuclear em 2011.
Nos últimos dois anos, da população japonesa aos países vizinhos, como a China e a Coreia do Sul, até os países insulares do Pacífico, expressaram forte oposição à intenção de descarga do esgoto nuclear no mar e pediram que as autoridades japonesas adotassem uma abordagem correta. Durante a cúpula do G7, japoneses em diversos lugares realizaram protestos, acusando o governo do país de “cometer crime internacional”.
Por que o plano japonês de despejo da água contaminada se tornou alvo de críticas públicas? Cada vez mais estudos mostram que a conduta do Japão causará danos incalculáveis à ecologia marinha e à saúde humana. O esgoto tem alta concentração de mais de 60 tipos de substâncias radioativas, que não sofrem decomposição completa ao passar por filtros usados em tecnologias atuais.
Como único país do mundo atingido por armas nucleares, o Japão deveria ter uma compreensão mais profunda sobre a radiação e os perigos do que outras nações. Entretanto, certos políticos japoneses só têm em mente dados econômicos sem perspectiva de longo prazo, desconsiderando os impactos de suas ações para toda a humanidade e as próximas gerações.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) ainda não emitiu um relatório de avaliação final sobre o plano de descarga do esgoto de Fukushima no mar, mas o governo japonês reivindica dar início ao despejo no Oceano Pacífico no fim de julho. O comportamento do Japão ignora as preocupações de todo o planeta é de uma extrema irresponsabilidade e egoísmo.