Entrevista exclusiva com a presidente do COI, Kirsty Coventry

A presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Kirsty Coventry, fez sua primeira visita à China desde que assumiu o cargo e concedeu uma entrevista exclusiva ao Grupo de Mídia da China (CMG, na sigla em ingês).

Jornalista: Esta cidade testemunhou um capítulo particularmente glorioso da sua carreira atlética. Nos Jogos Olímpicos de Beijing de 2008, a Sra. conquistou uma medalha de ouro e três de prata. Como se sente ao retornar a essa cidade repleta de memórias maravilhosas?

Coventry: É maravilhoso! Os Jogos Olímpicos de Beijing de 2008 foram, de fato, um dos pontos altos da minha carreira atlética. Retornar aqui tão pouco tempo depois de me tornar presidente do COI tem um significado simbólico especial. Ontem (11 de novembro), quando me encontrei com meus parceiros, eles mencionaram as memórias preciosas em Beijing de 2008. E esta visita também me trouxe novas e maravilhosas memórias — o encontro com o presidente Xi Jinping, a participação na cerimônia de abertura dos Jogos Nacionais da China, as conversas com os parceiros de cooperação e a visita a diversos lugares na China. Estou muito feliz por estar de volta a Beijing!

Jornalista: Durante as conversas, o presidente chinês Xi Jinping enfatizou que a China está disposta a aprofundar ainda mais a cooperação de alta qualidade com o Comitê Olímpico Internacional e a contribuir com mais sabedoria e força chinesas para a governança esportiva global. Como o COI planeja aproveitar os pontos fortes da China para promover ainda mais o desenvolvimento do esporte internacional?

Coventry: Acredito que podemos avançar nessa cooperação em muitos níveis. Mantemos uma cooperação extremamente estreita com o Comitê Olímpico Chinês. Também tenho a grande sorte de ter vários membros chineses de destaque no COI, incluindo a Sra. Li Lingwei, que integra o Conselho Executivo. Acho que existem muitas outras áreas para cooperação. Costumo dizer que um dos momentos de maior orgulho para mim foi revisitar o “Cubo d’Água” durante os Jogos Olímpicos de Inverno de Beijing de 2022, onde o curling foi realizado. Fiquei profundamente impressionada ao ver como o local olímpico podia ser usado de forma tão diversificada, especialmente sua capacidade de alternar com flexibilidade entre esportes de verão e de inverno. Muitas pessoas podem se perguntar como o curling e a natação puderam ser realizados no mesmo local? Como isso foi possível? Acredito que isso reflete as múltiplas camadas do desenvolvimento sustentável e demonstra o profundo e valioso legado olímpico. Todo o Movimento Olímpico pode aprender com a experiência da China e com a forma como o país alcançou tudo isso com sucesso. A China está se desenvolvendo rapidamente em muitos campos, especialmente nas áreas de ciência e tecnologia. Espero fortalecer a cooperação com a China no futuro para promover conjuntamente o desenvolvimento do Movimento Olímpico e do esporte.

Jornalista: Como a Sra. avalia as conquistas da China na promoção do exercício físico nacional e na melhoria do nível da saúde pública?

Coventry: Acredito que a dimensão dos Jogos Nacionais da China reflete o entusiasmo da população pelo esporte. Se não me engano, os Jogos Nacionais deste ano contaram com a participação de cerca de 25 mil atletas, incluindo aproximadamente 14 mil em eventos olímpicos e mais de 11 mil em eventos de demonstração. Nunca vi uma escala como essa em nenhum outro lugar. É realmente enorme! Com tantos atletas e tantas pessoas dispostas a participar, acho que é incrivelmente significativo. Creio que a China ainda valoriza as medalhas de ouro, mas de uma forma mais abrangente e racional. Hoje em dia, mais pessoas estão desenvolvendo suas habilidades e interesses atléticos, descobrindo seus próprios talentos. Ao mesmo tempo, o investimento do país em infraestrutura esportiva está em constante crescimento. A acessibilidade às instalações esportivas é talvez uma das maiores mudanças que observei.

Jornalista: Acredito que a Sra. concorda que a mídia desempenha um papel crucial na disseminação do espírito olímpico e permite que o público global vivencie os Jogos Olímpicos. Durante sua visita à China, o Grupo de Mídia da China (CMG) e o Comitê Olímpico Internacional (COI) assinaram um acordo de direitos autorais de longo prazo para os Jogos Olímpicos de 2026-2032. Como a Sra. vê o desenvolvimento futuro dessa parceria de longo prazo? E como avalia as contribuições do CMG para a expansão da narrativa olímpica globalmente?

Coventry: Acho que os dados de transmissão falam por si. O CMG ajudou os Jogos Olímpicos de Paris a alcançarem centenas de milhões de telespectadores na China e no exterior. Este é um número muito importante. Claro, os números são certamente motivo de orgulho, mas mais importante do que os números é o próprio conteúdo. Sem conteúdo excelente, não haveria números tão impressionantes. O conteúdo produzido pelo CMG é extremamente emocionante.Ele não apenas apresenta as conquistas dos atletas, mas também conta suas histórias, mostrando a genialidade da humanidade e as complexidades da vitória e da derrota. Todas essas histórias de superação após quedas são qualidades com as quais nós, como seres humanos, podemos nos identificar. O CMG fez um excelente trabalho ao contar essas histórias e construir conexões emocionais. Hoje em dia, qualquer pessoa pode gravar vídeos, se tornar um locutor ou um influenciador com seu celular, mas a verdadeira competitividade reside na capacidade de se conectar com o público e mantê-lo engajado. Acredito que é exatamente nesse ponto que o CMG se destaca.

Jornalista: Incorporar mais modalidades esportivas emergentes e diversificadas ao Movimento Olímpico também é uma maneira importante de aumentar seu apelo para a geração mais jovem. Qual é a sua visão a esse respeito?

Coventry: Acredito que este é precisamente um dos pontos que o grupo de trabalho dos programas olímpicos está estudando. Devemos continuar a prestar muita atenção aos esportes que fazem parte das Olimpíadas há muito tempo, estabelecemos requisitos para alguns deles, a fim de impulsionar a renovação, garantir seu desenvolvimento contínuo e inspirar o interesse dos jovens em participar. Nas Olimpíadas de Tóquio, vimos que a geração mais jovem abraçou muito bem os esportes recém-adicionados, como skate, surfe e escalada, que é exatamente o que esperamos ver. Para garantir que o Movimento Olímpico se desenvolva com o tempo, devemos inspirar continuamente a nova geração. Acho isso muito importante.

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