As autoridades estadunidenses decidiram nesta terça-feira (4) impor mais uma tarifa de 10% sobre os produtos importados da China, alegando questões relacionadas ao fentanil. Diante do ato, que viola as regras do comércio internacional e prejudica a cooperação econômica e comercial bilateral, a China se opõe firmemente e não fará concessões de jeito nenhum. Em um único dia, as contramedidas da China se sucederam, desde a reclamação na Organização Mundial do Comércio (OMC), até a aplicação de impostos sobre alguns produtos importados dos EUA, e a inclusão das empresas estadunidenses envolvidas na lista de entidades não confiáveis e na listagem de controle de exportações. Tais ações evidenciam a determinação da parte chinesa em defender seus direitos e interesses legítimos e proteger o sistema comercial multilateral, se traduzindo em uma medida justa e necessária.
No início de fevereiro, os EUA impuseram uma tarifa de 10% sobre os produtos chineses sob o pretexto do fentanil. Mais de um mês depois, a parte estadunidense voltou a agir da mesma forma. Analistas apontam que conectar o fentanil com as tarifas é algo absurdo, sendo na verdade um meio de politizar e transformar o problema em uma arma, de forma a criar desculpas para intensificar a “guerra tarifária” e forçar a China a fazer concessões em outras áreas.
O governo chinês publicou no dia 4 o livro branco intitulado “Controlar as Substâncias Relacionadas ao Fentanil – Contribuição da China”, no qual são esclarecidos os significativos esforços da China e sua experiência inovadora no controle dessas substâncias. Isso deixa claro que a China tem uma das políticas antidrogas mais rigorosas e eficazes do mundo. Nos últimos anos, com espírito humanitário, a China tem oferecido apoio aos EUA no enfrentamento do problema do fentanil. No entanto, os EUA se aproveitaram dessa questão para pressionar comercialmente a China.
Como uma das contramedidas, a China anunciou o aumento das tarifas em 10% e 15% sobre determinados produtos agrícolas dos EUA. De acordo com dados do Departamento de Agricultura dos EUA, em 2024, o valor das exportações de soja do país para a China representou 52% do total. Com a implementação das medidas chinesas, as exportações agrícolas dos EUA para a China serão certamente afetadas.
Os últimos anos têm mostrado que impor tarifas não trará uma “cura milagrosa”. Segundo os dados do Departamento de Comércio dos EUA em fevereiro, o déficit comercial do país atingiu um recorde de US$1,21 trilhão no ano passado, aumentando 50% em relação ao período que precede a guerra tarifária iniciada por Donald Trump em 2017. De 2018 a 2024, o superávit comercial da China com os EUA cresceu de US$323,3 bilhões para US$361 bilhões.
Controlar a inflação é uma das principais promessas do líder dos EUA, mas o aumento das tarifas terá um efeito contrário. Em janeiro deste ano, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) dos EUA e o IPC núcleo aumentaram 3% e 3,3%, respetivamente. Sob as tarifas, o custo de vida dos estadunidenses está constantemente subindo.
Vivemos em tempos civilizados, a pressão, coerção e ameaças nunca funcionaram contra a China, e isso não mudará no futuro. Se os EUA realmente desejam resolver a questão do fentanil, devem tratar a China de maneira igualitária e considerar as preocupações de ambas as partes. Caso os EUA tenham outros objetivos em mente e insistam na guerra tarifária, a China manterá sua posição: suas portas estão abertas para o diálogo; mas se for para lutar, iremos até o fim.