Tendo visitado a China 46 vezes em 20 anos, ele disse que testemunhou as brilhantes conquistas da modernização do país asiático. Ele expressou sua apreciação pelo fato de a China ter preservado sua cultura e valores enquanto se desenvolvia rapidamente. Depois de 20 anos de estudos sobre a China, como ele vê as conquistas de desenvolvimento do país e como ele entende a modernização chinesa? No contexto da nova era, como a China e o Egito, duas civilizações antigas do mundo, aprofundarão a cooperação e tornarão seus povos mais conectados?
Jornalista: Durante seu mandato como ministro dos Transportes e primeiro-ministro do Egito, o Sr. organizou mais de 50 eventos sobre a China. O que fez o Sr. se interessar tanto pela China?
Sharaf: Estive em muitos lugares na China, me encontrando com autoridades da linha de frente e também com pessoas comuns. A China está mais avançada hoje do que em 2005, mas ainda está evoluindo. A China é um país poderoso e está disposta a ajudar outros países. Ela está pronta para competir e desenvolver a cooperação. A civilização chinesa é profunda e muito avançada. Por trás das ações da China estão os seus próprios valores, e a modernização chinesa é construída exatamente sobre esses valores. É isso o que torna a China diferente.
Jornalista: O Sr. tem acompanhado de perto o processo de modernização chinesa. Qual impacto a modernização chinesa poderá exercer sobre a situação econômica global e no cenário político, especialmente para os países do Sul Global?
Sharaf: Pode-se dizer que nenhum país teve um impacto tão positivo em tantos países como a China teve. Acredito que o futuro pertence ao Sul Global. Veja o enorme número de oportunidades de emprego trazidas pelos projetos chineses. Penso que o mais importante é que o modelo de desenvolvimento da China fez com que os países em desenvolvimento percebessem que, embora sua posição no mundo não seja alta, eles começaram a construir confiança. Porque vemos que um país em desenvolvimento que antes tinha mais de 80% de sua população vivendo na pobreza agora se tornou a segunda maior economia do mundo, a maior nação comercial e a maior potência industrial. Agora, todos os países em desenvolvimento pensam: Por que não podemos seguir o exemplo da China?
Jornalista: O Sr. é especialista em engenharia de transporte e publicou mais de 100 artigos nesta área. Acredito que o Sr. deve prestar muita atenção ao progresso da China na área de transporte, especialmente nos trens de alta velocidade. Então, como o Sr. avalia o desenvolvimento geral do sistema de transporte da China?
Sharaf: Transporte e desenvolvimento são dois lados da mesma moeda. Imagine que você possui uma mina de ouro, mas não pode escavá-la. Então o valor da mina de ouro não pode ser realizado de fato. Portanto, o transporte pode criar valor agregado. É claro que, em um país vasto como a China, o transporte conecta as pessoas de perto e é crucial para aumentar a confiança entre elas. Portanto, o sistema de transporte é crucial para o desenvolvimento econômico, especialmente para um país tão vasto e com diversidade étnica como a China, onde a conectividade é essencial para que todos tenham um sentimento de pertencimento.
Jornalista: Segundo o presidente Xi Jinping, “a autossuficiência científica e tecnológica é a base da prosperidade e a chave da segurança nacional”. O Sr. se esforça para promover o avanço tecnológico no mundo árabe, e disse uma vez que “o progresso do país não pode ser separado da pesquisa científica”. O que você acha das conquistas da China em ciência e tecnologia?
Sharaf: Precisamos atingir um “desenvolvimento acelerado” – essa é exatamente a trajetória de desenvolvimento da China. Sem o papel fundamental desempenhado pela inovação, ciência e tecnologia, ninguém poderia imaginar que a China alcançaria seu nível atual em apenas 10 ou 20 anos. Ciência, tecnologia e economia sempre foram a força motriz por trás do progresso de um país. A inovação é o elemento central da modernização da China.