As eleições dos Estados Unidos tornam mais visíveis o caos e o dilema do país , enquanto milhares de pessoas se reuniram para protestar contra a política dos Estados Unidos sobre o conflito entre Israel e Palestina e se passam cenas caóticas de confrontos entre polícias e civis. No outro lado do mundo, a 3ª Sessão Plenária do 20º Comitê Central do Partido Comunista da China (PCCh) foi realizada com sucesso, promovendo o aprofundamento integral da reforma sob a orientação das teorias avançadas.
Face às mudanças do mundo e dos nossos tempos, os Estados Unidos não são capazes de realizar a reforma e reverter o declínio da sua hegemonia.
Os Estados Unidos já não estão cientes das mudanças da força e posição.
A ascensão do leste e a queda do oeste já é a tendência predominante dos tempos. O PIB dos mercados emergentes e países em desenvolvimento subiu para ser 41% do total mundial, com uma contribuição de 80% para o crescimento da economia mundial.
A diferença de poder entre a China e os Estados Unidos está diminuindo. Houve quem previsse o colapso da economia chinesa, mas hoje a economia da China é 50 vezes maior do que era há 30 anos.
A conjuntura da única superpotência e várias grandes potências está transformando em um ritmo acelerado, enquanto os Estados Unidos estão gradualmente perdendo suas vantagens esmagadoras.
Os Estados Unidos já não são capazes de se adaptar às mudanças nas pistas de desenvolvimento.
Ao abraçar a 4ª Revolução Industrial, o mundo está testemunhando que inteligência artificial, tecnologia quântica e nova energia se tornam novas pistas da competição para as grandes potências.
Na expectativa de conter o ritmo de desenvolvimento da China por meio de opressão e bloqueio, os EUA praticam “pequeno quintal com cercas altas” e “desacoplamento e corte de cadeia de suprimentos”, mas isso também fez com que o seu próprio fosse trancado e caisse na armadilha para quem está à frente, e eventualmente fosse eliminados pelo tempo.
Os Estados Unidos não são capazes de reponder às mudanças dos grupos de interesse.
Em todos os governos, o novo capital financeiro e o antigo capital industrial lutam radicalmente, e as contradições e os conflitos entre democratas e republicanos está cada vez mais forte. O que vem primeiro é a intensificação da estratificação, o capital financeiro causa desemprego em massa da classe trabalhadora e alarga ainda mais o fosso entre ricos e pobres.
O que segue é a alienação da população. O rápido crescimento de imigrantes e minorias sexuais faz com que muitos eleitores não têm representação política e mais eleitores recorrem ao populismo.
Seja quem for o administrador, esses problemas não serão resolvidos. Os Estados Unidos já entraram num laço infinito de alienação da população, estagnação institucional e pensamento solidificado.
Primeiro, é difícil fazer a autorrenovação. Dois partidos leais a respectivos doadores não podem servir a esmagadora maioria do povo, nem é preciso falar de autorrenovação. As reformas são nada mais do que um meio de obter lucros.
A economia do gotejamento do governo de Ronald Reagan agravou a polarização entre ricos e pobres, a Lei de Proteção e Cuidado Acessível ao Paciente do governo de Barack Obama fez tudo para evitar prejudicar os grupos de interesse, o Bidenomics gerou dívidas altas, inflação alta e déficits altos, e James David Vance, que se etiqueta com Hillbilly (“caipira” em português), não escapou da natureza de um representante do capital. Kamala Harris afirmou que iria resolver todos os problemas no primeiro dia de tomada de posse. No entanto, Elon Musk perguntou, por que não os resolve agora?
Segundo, é difícil chegar ao consenso. Os dois partidos praticam vetocracia, resultando na redução drástica das leis aprovadas pelo Congresso atual. É assim conhecido “o Congresso menos eficiente dos Estados Unidos desde a Guerra Civil”.
Disputas partidárias mergulharam a política dos Estados Unidos num enorme conflito interior, e as preocupações dos eleitores são apenas pontos de debate sem soluções práticas. Debates entre os candidatos à presidência são como se fosse briga entre crianças.
Terceiro, é difícil coordenar os assuntos internos e externos. Os Estados Unidos só querem manter a sua hegemonia, e temem a concorrência leal, agindo ao contrário do espírito de reforma.
Ao longo dos anos, os Estados Unidos têm extorquido mão de obra barata dos países em desenvolvimento, e lançado máquina de hegemonia para conquistar o mundo. O aumento consecutivo da taxa de juros do Sistema de Reserva Federal dos Estados Unidos e venda das armas do complexo militar-industrial a custo da agitação das múltiplas guerras, o que causaram o levantamento das pessoas que sofrem dos Estados Unidos.
A maioria esmagadora dos países sabe que se deve adaptar ativamente às mudanças e se esforçar em procurar mudar, explorando o próprio caminho de desenvolvimento. Pelo contrário, os Estados Unidos não compreendem a tendência geral, e não curam problemas difíceis e profundamente enraizados. Não é surpreendente que até Donald Trump disse os Estados Unidos se tornarem uma piada.
(O autor é observador de assuntos internacionais baseado em Beijing.)