“A China funciona como uma certeza de que um outro modelo de crescimento econômico, de desenvolvimento político, e de desenvolvimento social é possível para os países do Sul Global”, disse Dilma Rousseff, presidente do Novo Banco de Desenvolvimento e ex-presidente do Brasil, em uma entrevista exclusiva recente à Xinhua, em Shanghai.
Rousseff descreveu as conquistas alcançadas em 75 anos pela China como “sem precedentes”, destacando que “dificilmente em algum momento no passado um país conseguiu se transformar em 75 anos na segunda maior economia do mundo, em um país que conseguiu elevar o nível educacional do seu povo para competir com os níveis dos países desenvolvidos, que lidera hoje em ciência e tecnologia e na aplicação de inovações.
Analisando que os países do Sul Global têm uma trajetória parecida com a China no passado, Rousseff acredita que a China serve como porta-voz do que é possível se conseguir. “É como um país do Sul Global se transformando naquilo que todos nós sonhamos ser, e que a China mostrou que é possível.”
A proposta do presidente chinês, Xi Jinping, de construir uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade ecoa a voz dos países do Sul Global, que sofreram “uma história de exploração colonial”, “uma história de dificuldades”, “de bloqueio do seu próprio crescimento econômico e desenvolvimento”, disse.
Rousseff observou que a China oferece assim para os países do Sul Global uma parceria que “não é só de comércio, mas também de investimento em infraestrutura, é uma proposta de industrialização através de parques industriais, uma proposta de parques tecnológicos, de laboratórios”, acrescentando que “a Iniciativa Cinturão e Rota é uma prova disso, pois é uma iniciativa que constrói infraestrutura de rodovias, ferrovias, portos, energia elétrica nos países do mundo, como África, Oriente Médio, Europa e América Latina.”
Rousseff disse que tanto a China como o Sul Global precisam enviar a mesma mensagem para o mundo, que ela sintetiza em três pontos, que é a construção de uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade, uma nova globalização de cooperação e contra o protecionismo, uma relação internacional de respeito mútuo e benefício recíproco. “Esta é a voz da China e do Sul Global”, disse.