EUA devem ao mundo uma explicação sobre uso do doping em grande escala

Estamos no final do calendário das Olimpíadas de Paris. Uma “corrente subterrânea” está surgindo fora do campo de competição: enquanto veículos de imprensa e instituições dos Estados Unidos inventam falsas alegações e atacam atletas de outros países, eles protegem seus próprios esportistas pegos no doping, jogando mais uma vez o duplo critério e politizando o esporte.

A Agência Mundial Antidoping (WADA), com sede em Montreal, Canadá, emitiu ontem (7) um comunicado que expôs o esquema da Agência Antidoping dos Estados Unidos (USADA), violando o Código Mundial Antidoping. Segundo a declaração da WADA, a USADA tem permitido, ao longo dos anos, que atletas pegos no doping possam competir. Para a WADA, a prática da USADA não só prejudica a justiça das competições esportivas, mas também põe em perigo a segurança dos atletas envolvidos.

Segundo um levantamento realizado pelo Grupo de Mídia da China (CMG, na sigla em inglês), 95,01% dos entrevistados no âmbito global condenaram veementemente o comportamento do país de perseguir seus concorrentes em nome do esporte; 96,84% dos entrevistados acreditam que os EUA não respeitam a WADA, e 96,11% apelaram para o respeito ao espírito olímpico e a salvaguarda da autoridade e imparcialidade das organizações esportivas internacionais.

Esses fatos expõem o sério problema existente no esporte estadunidense: o uso do doping em grande escala, organizado e sistemático. No entanto, a parte estadunidense optou por acusar outros, ato que costuma adotar no campo político. Em abril deste ano, a USADA e o New York Times citaram os resultados positivos dos testes de 23 nadadores chineses em 2021, sete meses antes dos Jogos Olímpicos de Tóquio, ignorando o resultado da investigação feita pela WADA e pela Federação Mundial de Natação que indicou que a substância proibida foi ingerida acidentalmente ao consumir alimentos contaminados. Mais tarde, o governo estadunidense ameaçou até que lançaria uma investigação contra a WADA.

Nos últimos anos, Washington intensificou sua contenção e repressão generalizada à China. A “mão suja” estende-se agora ao campo do esporte. Com a elevação do nível de competição dos atletas chineses e de outros países, os EUA vêm perdendo sua vantagem em modalidades como natação e atletismo. Por exemplo, na final do revezamento 4×100 metros medley masculino nas Olimpíadas de Paris, a seleção chinesa conquistou a medalha de ouro, quebrando o monopólio de 40 anos dos Estados Unidos nesta prova. Na final dos 100 metros livres masculino, o natador chinês Pan Zhanle venceu com uma enorme vantagem, causando forte repercussão entre veículos de imprensa no Ocidente.

Desde janeiro de 2024, foram realizados mais de 600 testes na equipe de natação chinesa, sendo que cada nadador foi testado aproximadamente 21 vezes. Já seus principais rivais foram testados de quatro a seis vezes, de acordo com estatísticas oficiais da World Aquatics divulgadas em 23 de julho, que é a federação internacional aprovada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) para organizar competições internacionais de esportes aquáticos.

Ironicamente, a WADA tem agora conhecimento de pelo menos três casos de doping em que atletas estadunidenses foram autorizados a continuar competindo. Por exemplo, a USADA decidiu dar sinal verde para a participação do velocista Erriyon Knighton nos Jogos Olímpicos em Paris, apesar do teste positivo para trembolona em março.

O espírito olímpico não pode ser manchado pela hegemonia estadunidense, e o trabalho antidoping não deve se tornar em uma ferramenta para difamar e reprimir outras nações. Os EUA devem ao mundo uma explicação.

CRI Português

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