Entrevista exclusiva com o ganhador do Prêmio Nobel de Economia, Eric Maskin

Em 14 de julho, a Conferência Internacional de Ciências Básicas de 2024 foi inaugurada na Universidade de Tsinghua. O evento atraiu a participação de mais de 800 acadêmicos nacionais e estrangeiros, e entre eles, Eric Maskin, o vencedor do Prêmio Nobel de Economia.

Repórter: O professor disse uma vez que o mundo pode aprender com a China. A China provou com muito sucesso como um país pode crescer a um ritmo extraordinário ano após ano por meio da reforma. Na sua opinião, quais maneiras ou medidas chinesas podem servir de referência para outros países?

Maskin: A China fez progressos surpreendentes nas últimas quatro décadas. Existem vários segredos para o sucesso da China. Primeiro, a China promove uma economia de mercado. A força de mercado desempenha um papel importante no desenvolvimento econômico chinês. Além da economia de mercado, a abertura da China ao mundo é também um passo importante na direção correta. Abrir-se ao mundo exterior e fazer bom uso do mercado internacional são as experiências mais importantes. Além disso, na minha opinião, a estrutura organizacional do governo chinês também é particularmente bem-sucedida. A China tem um governo central e governos provinciais e locais. As economias de diferentes províncias têm características próprias e a concorrência entre elas melhora a eficiência econômica. Sob esta estrutura, a China também pode realizar projetos-piloto em alguns lugares. Penso que este é outro segredo do sucesso da China. Este é um bom pensamento econômico.

Repórter: Acho que o professor já notou que há uma frase muito falada na economia da China, que é “novas forças produtivas de qualidade”. Este conceito foi proposto pelo presidente Xi Jinping, e enfatiza a importância da alta tecnologia, alta eficiência e alta qualidade no novo conceito de desenvolvimento. Como o professor entende a importância desse conceito?

Maskin: Acho que faz sentido. As tecnologias dominantes do século XX estão a ser substituídas pelas do século XXI. Faz todo o sentido que a China esteja na vanguarda e invista dinheiro e recursos em novas tecnologias. Por exemplo, a China tornou-se líder na produção de veículos elétricos. Eu acho que isso é razoável. Investir nesta área é sábio porque o mundo precisa de veículos elétricos.

Em 2007, Eric Maskin e dois outros economistas ganharam conjuntamente o Prêmio Nobel de Economia por lançarem as bases da “teoria do design do mecanismo”. Ao longo dos anos, esta teoria mostrou ricas extensões e conotações. Da cooperação internacional à comunicação interpessoal, a teoria pode fornecer uma referência para a tomada de decisões.

Maskin: Estou muito interessado em design de mecanismos, e o design de mecanismos inclui a criação de novos mercados. Para enfrentar as alterações climáticas, por exemplo, precisamos de criar um mercado eficiente para as emissões de carbono. Esse mercado não aparecerá automaticamente, a menos que o criemos ativamente. Neste caso, apenas o governo pode participar da criação de novos mercados. Os problemas sociais mais interessantes e mais severos que enfrentamos atualmente são todos problemas de design de mecanismos. Devemos criar novos mecanismos que nunca existiram, por exemplo, nas áreas de combate às alterações climáticas, proteção da biodiversidade, resolução da crise energética e obtenção de fontes de água limpa. Esses problemas exigem que apresentemos novas ideias, especialmente ideias sobre design de mecanismos.

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