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Entrevista exclusiva com o primeiro-ministro de Vanuatu

No sudoeste do Pacífico, existe um país que, apesar de estar distante geograficamente, tem uma amizade profunda com a China. É  Vanuatu. O nosso convidado de hoje é o primeiro-ministro do país, Charlot Salwai.

Repórter: Em 2020, Vanuatu foi retirado da lista dos países menos desenvolvidos do mundo. Para o Sr. primeiro-ministro, quais são as suas prioridades na promoção do crescimento econômico do país?

Charlot Salwai: Transformar Vanuatu de um país menos desenvolvido para um país em desenvolvimento é um grande desafio para nós. No início, não chegamos a um consenso, porque temos ainda alguns problemas a ser resolvidos. O primeiro é a área social, incluindo os níveis educacional e médico. Precisamos garantir que a nossa população tenha acesso à educação e ao cuidado médico de qualidade, e não apenas a padrões mínimos. O mesmo ocorreu também nos serviços públicos e infra-estruturas, como estradas, electricidade, comunicações e água. Agradecemos muito a China. A China não só nos ajudou a construir docas e estradas, mas também nos apoiou quando havia desastres e prestou assistência médica às nossas escolas e comunidades locais. Vanuatu e a China são parceiros de cooperação e de desenvolvimento, e retribuiremos quando a China precisar.

 

Repórter: O presidente Xi Jinping disse que as relações China-Vanuatu se tornaram um modelo de respeito mútuo, unidade e cooperação entre os países em desenvolvimento. Para o Sr. primeiro-ministro, como reforçar ainda mais as relações entre a China e Vanuatu?

Charlot Salwai: Hoje, as relações Vanuatu-China atingiram um nível mais elevado. Estamos muito felizes com isso e agradecemos à China por considerar Vanuatu como amigo e irmão. Ao mesmo tempo, respeitamos a independência um do outro, e não interferimos nos assuntos internos da outra parte. A China é um grande país, que pode tratar Vanuatu, um pequeno país insular em desenvolvimento, como um amigo ou mesmo um irmão. A China apoia a independência de Vanuatu nas Nações Unidas, e estamos muito gratos por isso! Por ter sido colonizado pelo Reino Unido e pela França, somos membro tanto da Organização Internacional da Francofonia como da Comunidade das Nações. O nosso então primeiro-ministro e ministro das Relações Exteriores, Barak Sopé, viajou por todo o mundo em busca de ajuda para construir o nosso parlamento. Mas os países com os quais temos laços culturais não nos apoiaram. Foi a China que nos ajudou a construir o atual edifício do parlamento. Esta é a nossa primeira cooperação com a China e é também uma grande cooperação.

 

Repórter: Alguns países expressaram “preocupações” sobre as estreitas relações entre a China e os países insulares do Pacífico. Como o Sr. responderia a essas chamadas “preocupações” e “dúvidas”?

Charlot Salwai: Penso que há muitos desafios que os países insulares do Pacífico enfrentam, um dos quais são as alterações climáticas. Todos sabem sobre o impacto que o aumento do nível do mar e o aquecimento global provocam para as nações insulares do Pacífico. Somos vítimas e todos os países da região estão preocupados todos os dias por como proteger o oceano azul, como garantir o abastecimento alimentar e como conservar os recursos econômicos nacionais. Trabalhando com a China, podemos resolver esses problemas. Queremos trabalhar com países que querem nos ouvir. A China está nos ouvindo, por isso venho aqui para me comunicar com a China.

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