O presidente chines, Xi Jinping, compareceu no dia 6, horário local, ao banquete oferecido pelo presidente francês, Emmanuel Macron.
Na ocasião, Xi Jinping proferiu um discurso, dizendo que é um prazer visitar mais uma vez a bela República Francesa. A China e a França são amigas especiais e que a relação China-França é uma relação especial entre os principais países do mundo.
É especial porque ambos os países estão comprometidos com o espírito de independência. A minha visita coincide com o 60º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas China-França. Há seis décadas, o General Charles de Gaulle tomou a decisão de estabelecer relações diplomáticas com a Nova China a nível de embaixadores, o que não foi de fato fácil no contexto da Guerra Fria. Seis décadas depois, apesar da mudança na dinâmica do cenário internacional, gerações de líderes chineses e franceses encararam e abordaram esta relação a partir de uma perspectiva estratégica e de longo prazo. O presidente francês foi o primeiro chefe de Estado ocidental a visitar oficialmente a Nova China, e a França foi o primeiro país ocidental a acolher a visita oficial de um líder da Nova China. Estes destaques nas interações China-França são todos atribuídos ao compromisso dos nossos países com o espírito de independência, que deve ser valorizado e levado adiante.
A relação China-França é especial porque nos apreciamos mutuamente. Representando as civilizações orientais e ocidentais, a China e a França têm uma excelente tradição de apreciação e atração mútuas. Há cinco anos, o Presidente Macron deu-me um exemplar da versão francesa de Confúcio, ou a Ciência dos Príncipes, publicada pela primeira vez em 1688, e notou como o pensamento de Confúcio influenciou profundamente pessoas como Voltaire e inspirou o Iluminismo francês. Eu diria que o Movimento Trabalho-Estudo dos estudantes chineses em França no início do século passado ajudou a cultivar posteriormente um contingente de talentos para a revolução, o desenvolvimento e a reforma na China. Este ano é designado como o Ano da Cultura e do Turismo China-França. Estou certo de que os dois países podem aproveitar isto como uma oportunidade para extrair sabedoria e nutrição da cultura um do outro.
A relação China-França é especial porque ambos temos um forte sentido de responsabilidade. A história provou repetidamente que a China e a França podem trabalhar juntos para a melhoria do mundo. O mundo hoje está passando por mudanças e turbulências. A crise na Ucrânia e o conflito Israel-Palestina continuam inabaláveis. A recuperação econômica carece de impulso. Os desafios globais, como as alterações climáticas, estão se tornando cada vez mais difíceis de enfrentar. Sendo ambos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, a China e a França têm o dever de assumir maiores responsabilidades. Esta tarde, o Presidente Macron e eu tivemos uma troca de pontos de vista aprofundada sobre as relações da China com a França e a Europa e sobre a evolução internacional. Concordámos em permanecer fiéis à aspiração original dos nossos países ao estabelecer relações diplomáticas há seis décadas, aprofundar a confiança e a cooperação mútuas de alto nível e reforçar a comunicação e a coordenação nas principais questões internacionais, para injetarmos conjuntamente esperança num mundo confuso e explorar o caminho a seguir para o progresso humano.