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A narrativa do “pico da China”? Absurdo!

À medida que a outrora popular teoria do “colapso da China” vem perdendo seu apelo, o Ocidente inventou a teoria do “pico da China”. Vamos ver os “mitos” mais enganosos dessa nova falácia.

Mito 1: O investimento estrangeiro está fugindo da China

Em 2023, a China ainda atraiu 1,13 trilhão de yuans de investimento estrangeiro, o terceiro maior fluxo da história. Foram estabelecidas na China 53.766 novas empresas de investimento estrangeiro, um aumento impressionante de 40%. Em janeiro do ano corrente, o investimento proveniente da França cresceu 25 vezes, o da Suécia, 11 vezes, e os da Alemanha, da Austrália e da Singapura aumentaram respectivamente 212%, 186% e 77%.

Em 2023, o comércio bilateral entre China e Europa atingiu o impressionante US$ 1,2 trilhão, o segundo maior nível da história. Ao mesmo tempo, o comércio entre China e Estados Unidos totalizou cerca de US$ 660 bilhões, que apesar de sofrer queda, é o terceiro maior na história, muito superior ao valor do 2018, quando o país norteamericano arrancou a guerra comercial.

A China e o Ocidente continuam sendo partes interessadas interligadas, resistindo às tentativas de desacoplamento.

Mito 2: O desemprego assolará a sociedade chinesa

Os acadêmicos políticos geralmente afirmam que quando o desemprego atinge 20%, um país sofrerá agitação social. Entretanto, segundo dados do governo chinês, a taxa média de desemprego urbano em 2023 foi de 5,2%, longe da cena que os Estados Unidos sofreu durante a crise financeira de 2008, com uma taxa de desemprego de 10% que levou às ruas muitos mendigos.

Também vale lembrar que o enfrentamento ao desemprego ocupa um lugar de destaque na agenda de todos os níveis do governo chinês. De corte de impostos a bonificação de juros, já se implementaram várias políticas de promoção do emprego. Além disso, com o aumento de emprego flexível, a popularidade do comércio eletrônico e o rápido crescimento da economia de live streaming (transmissão contínua feita em tempo real) estão criando numerosos postos de trabalho.

É especulação e não expectativa que desemprego assolará a sociedade chinesa.

Mito 3: O envelhecimento populacional implica recessão econômica

A China não está sozinha nessa transição. Todos os países de renda média e alta estão enfrentando diferentes graus de envelhecimento populacional.

Face à possível redução da força de trabalho, a China está automatizando vários processos de serviço—tais como armazenamento, coleta, transporte, integração e entrega—com a adoção de Inteligência Artificial e outras tecnologias. Mais ainda, a China possui uma taxa bruta de matrícula no ensino superior de mais de 60%, criando um vasto reservatório de indivíduos com formação universitária. Trata-se de um dividendo de talentos que elevará ainda mais a qualidade de serviços. Com base nisso, o envelhecimento da sociedade estimulou um grande mercado de saúde, bem-estar e entretenimento para idosos. Gera uma demanda de mais de 10 trilhões de yuans com crescimento superior a 15% anualmente.

O envelhecimento demográfico traz pressões, mais está longe de ser um obstáculo intransponível ao progresso social.

Mito 4: Os chineses não têm confiança no futuro

A China é a única economia principal que não arrancou nem participou de nenhuma guerra nas últimas quatro décadas. O ambiente externo pacífico e a sociedade doméstica estável formam o alicerce sobre o qual os chineses se esforçam por uma vida melhor.

As famílias chinesas investem significativamente na educação, o que naturalmente alimenta uma intensa competição social. No entanto, os países caracterizados pela involução—competição intensificada por um progresso limitado—estão geralmente preparados para novos avanços no desenvolvimento. Com essa involução e a concorrência saudável entre as empresas, a China está gradualmente alcançando os países desenvolvidos em indústrias como a aeroespacial, a de aeronaves de grande porte, chips, construção naval e a automobilística.

Perante os desafios atuais, o povo chinês está com os olhos voltados para o futuro e firme crença coletiva na força duradoura de sua nação.

Por Xi Pu, um observador de assuntos internacionais em Beijing

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