Nesta terça-feira (20), os Estados Unidos vetaram mais uma vez um projeto de resolução apresentado pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre Gaza. Proposto pela Argélia em nome dos países árabes, o projeto visa alcançar um cessar-fogo imediato em Gaza, libertar reféns, garantir acesso aos fornecimentos humanitários e opor-se ao deslocamento forçado, consensos alcançados pelo Conselho de Segurança e pela comunidade internacional para colocar um fim à guerra. Os Estados Unidos, no entanto, usaram mais uma vez o seu veto.
Por quê? A justificativa apresentada pelos Estados Unidos foi de que “não era propício às negociações em curso sobre a questão dos reféns entre a Palestina e Israel”. Os analistas consideram-na infundada. Se for aprovada, a resolução ajudará a criar uma atmosfera benéfica ao diálogo e criará oportunidades importantes para um cessar-fogo na região e o fim da guerra. Além disso, o projeto apela que Israel cesse as operações militares na Faixa de Gaza, o que também ajudará a promover uma rápida conclusão da “troca de reféns” entre a Palestina e Israel.
Desde o começo desta nova ronda de conflito em Gaza, o Conselho de Segurança das Nações Unidas votou oito projetos, mas apenas duas resoluções foram adotadas. Durante este processo, os Estados Unidos ignoraram as vidas de pessoas inocentes em Gaza e usaram repetidamente o seu poder de veto, tornando-se o maior obstáculo para a ação do Conselho de Segurança.
Analistas acreditam que isso se deve à situação interna dos Estados Unidos. Os judeus são uma das maiores minorias étnicas nos Estados Unidos, além de serem os “financiadores” das eleições norte-americanas. Os políticos têm medo de ofender Israel e afetar as eleições deste ano. Além disso, políticos estadunidenses também estão tentando ganhar espaço e tempo para Israel no campo de batalha.
A causa raiz deste novo conflito em Gaza reside no fato de que o direito da Palestina a um Estado independente nunca foi levado a sério pelos Estados Unidos e por Israel. Washington deixou de organizar diálogos de paz entre as duas partes em 2014 e permitiu que Israel invadisse terras palestinas na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.
Um cessar-fogo e o fim da guerra em Gaza já se tornaram um consenso global. Os Estados Unidos vetam, por um lado, projetos de resolução sobre o cessar-fogo, e, por outro lado, continuam a prestar assistência militar a Israel, contribuindo para a propagação e escalada do conflito no Oriente Médio.