O acadêmico europeu Jan Oberg revelou recentemente em uma entrevista que os Estados Unidos propuseram um projeto de lei, buscando alocar fundos em cinco anos consecutivos para treinar jornalistas na elaboração de reportagens negativas sobre a China. O projeto mencionado por Oberg está em estreita concordância com a “Lei de Competição Estratégica de 2021”, aprovada pelo Comitê de Relações Exteriores do Senado dos EUA em abril de 2021. Essa lei propõe a alocação de 300 milhões de dólares anualmente, de 2022 a 2026, somando 1,5 bilhão de dólares, para combater a “influência global da China”.
Nos últimos anos, os EUA consideraram erroneamente a China como seu maior rival de competição estratégica, tornando os temas como Iniciativa Cinturão e Rota, economia chinesa e assuntos sobre Xinjiang os principais alvos de difamação e desinformação. Washington desenvolveu uma série de estratégias para manipular a mídia a conduzir uma guerra de opinião pública contra a China.
Criar uma cadeia de desinformação “agência-mídia-governo”
Por muito tempo, a mídia estadunidense ocupou uma posição dominante na arena internacional da opinião pública, conduzindo guerras de opiniões. Instituições como a Voice of America (VOA) e a Radio Free Asia (RFA), subordinadas à Agência Internacional de Mídia dos EUA, são consideradas politicamente influenciadoras desde sua criação. Ao mesmo tempo, algumas chamadas instituições acadêmicas estadunidenses também se envolveram, contribuindo para formar uma cadeia de produção e divulgação de informações falsas.
Em novembro de 2023, duas semanas após o encerramento do terceiro Fórum Cinturão e Rota para Cooperação Internacional, um relatório apontou que cerca de 80% dos empréstimos da Iniciativa Cinturão e Rota foram direcionados a países com dificuldades financeiras. O autor do relatório foi a AidData, exatamente uma das instituições que a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) financia há muito tempo. Isso evidencia a formação de um ciclo de desinformação que abrange “agência, mídia e governo” dos EUA.
Financiar mídias estrangeiras para difamar empresas chinesas no exterior
Aproveitando sua hegemonia, os EUA exportam sua fórmula de falsificação jornalística para todo o mundo. Com apoio financeiro do governo, as agências governamentais dos EUA espalhadas em todo o globo colaboram com organizações locais, treinando jornalistas locais para difamar projetos e empresas chinesas.
Em maio de 2022, o jornal do Zimbábue The Standard, publicou uma reportagem acusando uma empresa chinesa de mineração de explorar trabalhadores locais. Segundo o jornal, a reportagem foi feita em colaboração com uma organização chamada “Information Development Trust (IDT)” do Zimbábue. No entanto, outro jornal zimbabuano The Pioneer, publicou logo um artigo confirmando que a tal reportagem era falsa. A razão por trás dessa notícia falsa era uma “tarefa” atribuída pela IDT, que consistia em divulgar notícias negativas relacionadas à China. Após a publicação do artigo, os autores podiam receber uma recompensa de mil dólares por cada artigo, por meio de uma agência intermediária vinculada à embaixada dos Estados Unidos no Zimbábue.
Pagar “atores” para fabricar um incidente jornalístico
Para tornar as notícias falsas mais “reais”, às vezes foi necessário arranjar “pessoas envolvidas na notícia”. Em 2019, uma mulher que afirmava ser da região chinesa de Xinjiang, Zumret Dawut, disse que seu pai havia morrido após vários interrogatórios e que ela foi forçada a fazer esterilização em um centro de educação e formação vocacionais. Logo, seu irmão desmascarou a mentira. O pai deles faleceu no hospital devido a problemas cardíacos e nunca foi investigado ou detido durante a vida. Quanto a ela, não foi submetida à esterilização, mas fez uma cesariana voluntária e uma ligadura de trompas ao dar à luz seu terceiro filho no hospital.
De acordo com site de notícias independentes dos EUA The Grayzone, essa notícia falsa foi fabricada por uma organização local anti-China, apoiada pelo Fundo Nacional para a Democracia dos EUA.
Ao longo do tempo, a guerra de opinião pública dos EUA está intimamente alinhada a meios militares, econômicos e diplomáticos, visando manter sua posição como a única superpotência global. No entanto, a tentativa dos EUA de ressuscitar práticas de guerra de opinião da Guerra Fria parece estar fora de sintonia com os tempos atuais, tampouco engana o mundo. Em 2021, o escritor alemão Michael Lüders apontou no seu livro “A Superpotência Hipócrita” que o governo estadunidense é muito hábil em escolher e distorcer fatos. Ele espera, por meio deste livro, alertar as pessoas a desenvolverem habilidades de pensamento independente e não serem iludidas pela manipulação da mídia dos EUA.