O Centro de Transferência de Tecnologias Agrárias de Umbeluzi (CITTAU), construído e equipado pelo governo chinês, é responsável por transmitir técnicas de cultivo de 10 variedades de arroz, 21 de milho, duas de algodão e 20 de hortaliças e vegetais. Desde 2011, a iniciativa está a produzir resultados risonhos no desenvolvimento da atividade agrícola do distrito de Boane, província de Maputo, possibilitando aos agricultores colheitas com altos níveis de rendimento.
A transferência de tecnologia chinesa para os agricultores moçambicanos têm possibilitado um rendimento médio de 6.750 quilogramas de milho por hectare (Kg/ha), sendo quatro vezes maior do que a produção local; a produção de repolho, para 75 mil Kg/ha; e a de arroz de três para nove toneladas por hectare.
Anualmente o CITTAU tem disseminado novas técnicas de cultivo para uma média de 300 camponeses, que se dedicam ao cultivo de culturas diversas, com destaque para as que contribuem para a renda e segurança alimentar e nutricional dos seus agregados familiares.
“O dia a dia do centro é caracterizado pela produção e transferência de tecnologias para as associações locais e assistência técnica no que tange ao fornecimento de adubos, pesticidas, sementes e mudas”, detalhou a diretora adjunta do CITTAU, Razunia Saveca.
Os agricultores assistidos, produzem fundamentalmente repolho, feijões, cebola e batata rena, dentre outras culturas, cujo desempenho tem sido bastante significante no crescimento da atividade agrícola do distrito.
“As tecnologias que disseminamos nas comunidades estão a surtir efeito. Só neste ano estamos a assistir 350 camponeses das Associações Paulo Samuel Cancomba, Manguiza, 25 de Setembro e baixo Umbeluze, e todos eles estão satisfeitos com a produção que obtém e solicitam-nos cada vez mais instruções sobre como produzir outras culturas”, referiu Saveca.
Divulgadas sementes de variedade chinesa
Nesta época de chuvas que se registram em Moçambique, para além da disseminação de técnicas de cultivo com base em sementes locais, o CITTAU tem testado e divulgado sementes de variedade chinesa, que tem atraído a apetência dos moçambicanos, alguns dos quais já iniciaram a produção deste tipo de cultura.
Razão pela qual, o centro tem se dedicado não só a passagem de conhecimento sobre formas de produção melhorada como também no cultivo de culturas chinesas, cuja maior parte é comercializada nos supermercados da grande Maputo.
“Os seis hectares onde produzimos hortícolas, metade da área projetamos para produzir somente culturas chinesas, que vem sendo cada vez mais apreciada pelos nossos clientes pelo sabor e pelas propriedades nutricionais que apresentam. Por outro lado, ao trabalhar com os chineses temos a sorte de também aprender a gastronomia deles que é muito saudável”, assegurou Saveca.
Os métodos de produção, que os chineses vêm ensinando aos moçambicanos, é um processo de transição acelerado que o país asiático viveu, resultante do empenho do seu governo em garantir a segurança alimentar para a população.
Diante dos recursos escassos que enfrentavam, a nação chinesa priorizou o desenvolvimento científico, tecnológico e a inovação para combater a fome e enfrentar os desafios de desenvolvimento sustentável.
“A China renovou suas políticas agrícolas, diversificou a agricultura e vem investindo em novos sistemas de irrigação e cultivo. Com o país, anima-nos a ideia de receber o conhecimento dos chineses e, quem sabe algum dia, possamos estar pertos ou num nível igual em termos de desenvolvimento deste sector produtivo que é a base do desenvolvimento”, concluiu Saveca .
Por Alberto Zuze, repórter em Moçambique