A primeira edição da Conferência Internacional de Ciência Básica foi inaugurada em 16 de julho no Grande Palácio do Povo em Beijing, tendo como tema “focando nas ciências básicas para orientar o futuro da humanidade”. Mais de 300 cientistas e acadêmicos estrangeiros renomados estiveram presentes no evento, incluindo o físico estadunidense David Gross, ganhador do Prêmio Nobel de física em 2004.
Ao conceder a entrevista exclusiva ao Grupo de Mídia da China (CMG, na sigla em inglês), Gross afirmou que agora vem à China pelo menos uma vez por ano há 25 anos. Vinte anos atrás, houve um debate na China e em outros países em desenvolvimento sobre se deveríamos gastar dinheiro em pesquisa da ciência básica ou na solução de problemas imediatos. Isso porque os custos para a ciência básica não são baratos e as recompensas só aparecerão muitos anos mais tarde. Nesta questão, o presidente chinês, Xi Jinping, expressou seu consenso de que esta disciplina é absolutamente necessária. A China está se tornando um país rico e forte e deve desempenhar um papel de liderança na ciência básica.
“Hoje em dia, a China já conseguiu criar alguns dos principais laboratórios do mundo. Na minha área de pesquisa, o país também fez descobertas importantes, possuindo o maior Radiotelescópio do mundo, o FAST. Isso é muito incrível”, disse Gross.
Como cientista norte-americano, Grosso observou que o atrito entre a China e os EUA gerou um impacto devastador na cooperação internacional na área científica e tecnológica, sendo desfavorável tanto para os dois países quanto para o mundo. Essas fricções, jogos políticos e competição entre grandes potências são extremamente perigosos e prejudiciais para o desenvolvimento científico, acrescentou ele.