O presidente chinês, Xi Jinping, recebeu hoje (7) na Casa de Hóspedes Estatais Diaoyutai, em Beijing, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Os dois estão na capital chinesa para participar da 24ª Reunião de Líderes China-União Europeia (UE).
No encontro, Xi Jinping lembrou que os dois líderes da UE visitaram a China sucessivamente desde o final do ano passado e impulsionaram diálogos bilaterais de alto nível sobre estratégia, economia e comércio, desenvolvimento verde e digitalização, havendo obtido resultados frutíferos e compatíveis com interesses e expectativas de seus povos.
“A China e a Europa têm sido duas das principais forças promotoras da multipolaridade, dos principais mercados que apoiam a globalização e das principais civilizações que defendem a diversidade”, apontou o presidente chinês. Reforçou que, diante da atual situação internacional de crescente turbulência, as relações China-UE possuem significado estratégico e influência global, estando estreitamente associadas à paz, à estabilidade e à prosperidade em todo o mundo. “Ambas são responsáveis por proporcionar conjuntamente mais estabilidade e conferir mais impulso ao desenvolvimento global,” enfatizou.
Xi Jinping salientou que este ano marca o 20º aniversário do estabelecimento da parceria estratégica abrangente entre a China e a UE. Assinalou que os dois lados devem aprender a partir da experiência histórica, seguir a tendência geral do mundo e aderir ao posicionamento correto da parceria estratégica abrangente.
Ele afirmou esperar que China e UE consolidem a base política, adotem uma perspectiva estratégica para compreender um a outro, desempenhem plenamente seu papel de liderança das reuniões de líderes e dos cinco diálogos de alto nível, reforcem a comunicação estratégica, bem como aprofundem o entendimento dos dois lados, lidando apropriadamente com as divergências através do diálogo construtivo.
Xi Jinping observou que os dois lados devem estabelecer uma compreensão mútua acurada, valorizar a confiança recíproca e desenvolver suas relações com toda a sinceridade, em vez de considerar-se como oponentes devido às diferenças em seus sistemas. Além disso, não devem reduzir suas parcerias por motivo de concorrência, nem se envolver em confrontos por divergências.
“As economias chinesa e europeia são altamente complementares, e ambas devem trabalhar mais para estreitar os laços da comunidade de interesses China-UE por meio de uma cooperação mais profunda e ampla,” salientou o líder chinês.
Xi Jinping mencionou, ainda, a Iniciativa Cinturão e Rota, reiterando que serve como uma plataforma aberta cuja implementação já trouxe benefícios tangíveis a mais de 150 países. Ao ressaltar que tanto a modernização chinesa quanto a integração europeia são escolhas estratégicas voltadas ao futuro com base em suas próprias realidades, o presidente chinês pontuou que o país está disposto a promover uma cooperação de alto nível no âmbito do Cinturão e Rota e alinhá-la a outros planos de desenvolvimento, inclusive o do Portal Global da União Europeia. Também destacou que os dois lados precisam reforçar a coordenação nos espaços multilaterais e contribuir para resolver problemas regionais e internacionais.
Charles Michel e Ursula von der Leyen, por sua vez, concordaram que UE e China constituem duas forças importantes no cenário mundial e são parceiros econômicos e comerciais com cooperações em ascensão em diversas áreas. Eles salientaram que uma boa gestão e um desenvolvimento adequado das relações UE-China estão diretamente relacionados aos interesses dos povos de ambos os lados, bem como à prosperidade e à segurança globais. Comprometeram-se, também, a atribuir continuamente grande importância ao relacionamento com a China e não implementarem a “dissociação”, desejando desenvolver uma relação de estabilidade duradoura, previsível e sustentável. Por fim, os líderes europeus ratificaram sua aderência ao princípio de Uma Só China e destacaram a disponibilidade para colaborar com a parte chinesa no sentido de defender o multilateralismo e os princípios da Carta das Nações Unidas.