China, Japão e Coreia do Sul reiniciam contatos de alto nível

A China, o Japão e a Coreia do Sul são vizinhos no Leste Asiático. Com a proximidade geográfica e o compartilhamento de origens culturais, os três países mantêm contato por milênios e, neste processo, formaram os valores comuns de apreciar a harmonia nas relações e respeitar as diferenças de cada um ao manter a paz.

Em 1999, a China, o Japão e a Coreia do Sul estabeleceram um mecanismo de cooperação, que se tornou o painel colaborativo sub-regional mais influente da Ásia e forneceu um motor robusto para a modernização dos próprios países e do continente.

Nos últimos anos, porém, a reunião trilateral de chanceleres e o mecanismo de encontro de líderes foram suspensos em consequência de incitações a confrontos e divisões na Ásia por alguns países, além da influência da pandemia de Covid-19.

Analistas apontaram que os recentes contatos diplomáticos China-Japão e China-Coreia do Sul encontraram condições favoráveis, resultado da obtenção de consensos entre os chefes de Estado chinês e estadunidense durante seu recente encontro em São Francisco, nos Estados Unidos.

O mais importante é que, diante da falta de forças motrizes para a recuperação econômica global, os três países do Leste Asiático possuem interesses e demandas comuns em áreas como o aprofundamento de colaboração pragmática e a garantia de estabilidade de cadeias industriais.

China, Japão e Coreia do Sul são parceiros interdependentes e com benefício recíproco. A população total e o volume do PIB deles representam 70% e 90% do Leste Asiático, respectivamente, enquanto as três nações possuem alta complementaridade econômica e profunda integração industrial. Além disso, todos eles apoiam firmemente o multilateralismo e o livre comércio e são pilares da economia do Leste Asiático e da integração econômica regional.

Durante muito tempo, a China vem sendo a maior parceira comercial do Japão e da Coreia do Sul. A cooperação entre os três países trouxe enormes oportunidades e benefícios aos setores empresariais domésticos e a seus povos, além de desempenhar um papel proativo na promoção do desenvolvimento da região e incentivo à economia mundial.

Durante a reunião dos chanceleres da China, Japão e Coreia do Sul, realizada neste domingo (26) em Busan, na Coreia do Sul, a parte chinesa apresentou cinco propostas, incluindo o apelo para a reativação das negociações sobre o acordo de livre comércio, o reforço da colaboração nos setores de ciência e tecnologiaa de ponta, ao exemplo de big data e inteligência artificial, a ampliação de intercâmbios pessoais e culturais, o fomento da cooperação em áreas como a resposta ao envelhecimento, bem como a promoção de projetos de interação com outros países e regiões.

A atual tendência positiva de cooperação sino-nipo-sul-coreana não foi facilmente alcançada e deve ser muito valorizada. Nos últimos anos, a implementação de “Estratégia Indo-Pacífico” por Washington exerceu uma forte influência sobre as políticas de Tóquio e de Seul para com a China. Não obstante, dentro do Japão e da Coreia do Sul, existem vozes racionais convocando as suas autoridades a não seguirem cegamente os Estados Unidos, e preservarem uma política pragmática em relação à China, a fim de não prejudicar os próprios interesses.

É natural que existam divergências entre as três nações. O essencial é manter um entendimento recíproco acurado e não deixar os desacordos impactarem a conjuntura geral de cooperação. A China respeita os laços do Japão e da Coreia do Sul com os outros Estados, mas nenhum relacionamento deve ser mantido em prejuízo aos países vizinhos.

CRI Português

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