A política de Xi Jinping é de estar comprometido com o povo chinês e de ter prometido nunca o decepcionar, que tem levado o país asiático a enveredar pelos caminhos diplomáticos e políticos com foco na cooperação em diversas áreas, afirmou o analista político moçambicano, Gil Aníbal.
Para ele, é devido a esta visão, na última década, que o mecanismo de cooperação internacional da iniciativa Cinturão e Rota (BRI, na sigla em inglês) alcançou resultados muito frutíferos, no qual mais de 150 países e mais de 30 organizações internacionais assinaram com a China documentos relevantes dessa cooperação em diversos sectores vitais no contexto sócio-económico e político.
“Por exemplo, em 10 anos, a cooperação do Cinturão e Rota alcançou resultados e estabeleceu mais de 3 mil projectos de cooperação e galvanizou mais de US$ 1 trilhão em investimento, criando uma série de pontos de referência nacionais, projectos de subsistência e marcos de cooperação”, recordou.
Anotou que destes, um grande número de projectos de infraestruturas de transporte foi lançado, impulsionando muito o desenvolvimento dos parceiros da BRI.
Segundo o Gil Aníbal, os dados do Banco Mundial estimam que, até 2030, a infraestrutura de transporte da BRI, se totalmente implementada, deverá trazer um aumento na renda global de 0,7% a 2,9%, tirando mais de 7,6 milhões de pessoas da pobreza extrema e 32 milhões de pessoas da pobreza moderada. A BRI se tornou a maior força motriz e de alavancamento para o desenvolvimento verde global, dando ênfase na mensagem do antigo subsecretário-geral da ONU Erik Solheim que igualmente sublinha a importância da realização das políticas do Cinturão e Rota para Cooperação Internacional liderado pela China.
Moçambique e China cooperam há décadas em várias áreas
O 3o Fórum do Cinturão e Rota para Cooperação Internacional será realizado neste mês de outubro, para o qual Moçambique é parte convidada. Falando das relações China-Moçambique, Gil Aníbal afirmou que os dois são países parceiros estratégicos de cooperação com muita confiança política mútua, e cooperam há várias décadas em diversas áreas, desde infraestruturas, energia, agricultura e pesca, manufactura, transporte, comunicações, turismo, cultura, imobiliária e comércio.
Gil Anibal classifica a cooperação dos dois países como seguidores das regras de mercado, e o financiamento da China em Moçambique resulta de estudos de viabilidade e da avaliação sobre a solução económica e comercial, no sentido de garantir que cada projecto seja um sucesso no mercado com os seus devidos efeitos económicos e sociais.
Na área de infraestrutura, a China, em parceria com o governo moçambicano, construiu a Estrada Circular de Maputo, a ponte Maputo-Katembe, a Estrada Nacional N.º 6, o porto de pesca, na cidade da Beira, o aeroporto de Xai-Xai e o Centro Cultural Moçambique-China. E no contexto empresarial, as empresas chinesas estão a promover projectos rodoviários, ferroviários e instalações hídricas e participam na indústria petrolífera na pesquisa e produção de gás natural.
De lembrar que, a China igualmente promove acordos de cooperação que visam a proteção ambiental, melhoria do ambiente ecológico e preservação da diversidade biológica no qual, Moçambique é também parte interessada.
O analista acrescentou ainda que são importantes os projectos de energia verde limpa, eficiente e de qualidade com foco no desenvolvimento do futuro dos países parceiros.
Estes projectos estão intimamente ligados à vida quotidiana das pessoas e destinados a melhorar o bem-estar das mesmas em áreas de redução da pobreza, tecnologia agrícola e educação profissional aumentando efectivamente os padrões de vida das pessoas nos países parceiros da iniciativa Cinturão e Rota, disse.