A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos derrubou no dia 3 o presidente da Casa, Kevin McCarthy, com 216 votos a favor de destituição contra 210. É a primeira vez que isso acontece na história do país. Com a perda do cargo do “número três” dos EUA, a competição entre o partido Democrata e o Republicano, assim como as disputas internas no âmbito do último, será cada vez mais renhida, o que causará mais caos no cenário político de Washington e desestruturará ainda mais a sociedade estadunidense.
Kevin McCarthy é o primeiro presidente da Câmara dos Representantes destituído na história dos EUA. Considerado um moderado do Partido Republicano, Kevin McCarthy enfrentou uma “rebelião“ dos deputados de extrema direita do partido. Ele perdeu o cargo do presidente da Câmara com votos desses republicanos, somados aos dos deputados do Partido Democrata. Mas por que houve a insurgência de oito deputados republicanos? A razão reside no projeto de orçamento.
Em 30 de setembro, Kevin McCarthy, como presidente da Câmara, decidiu, no último minuto, unir-se aos democratas e aprovar um projeto de lei de dotações temporárias, que não incluía as propostas dos conservadores republicanos de cortar drasticamente os gastos federais e fortalecer o controle das fronteiras. Isso intensificou diretamente o conflito entre ele e aquela ala de seu partido.
Os Republicanos – aos quais McCarthy pertence – dominam a Casa, ainda que com uma maioria muito pequena. Um grupo de deputados de extrema direita do partido, insatisfeito com seu desempenho, convocou uma votação para destituí-lo.
De acordo com as regras do órgão legislativo, um legislador pode solicitar ao presidente da Câmara que agende uma votação sobre o assunto dentro de dois dias legislativos úteis, e o escrutínio requer apenas uma maioria simples para ensejar a perda de seu mandato. No caso concreto, oito republicanos de extrema direita se juntaram aos democratas, e McCarthy acabou sendo destituído.
Como muitos analistas apontaram, a forte rivalidade entre os partidos políticos nos Estados Unidos e a intensificação da luta entre facções partidárias foram motivos importantes para a destituição de McCarthy.
O partidarismo sempre foi um tema na política daquele país, e sua essência é a “política do veto”, ou seja, opor-se a tudo o que o outro lado faz em vez de resolver os problemas com base no mérito. A “democracia estadunidense” já se tornou um “jogo de poder”.