Recentemente, foram obtidos grandes avanços no caso de ataque cibernético à Universidade Politécnica do Noroeste da China. No processo da investigação, os investigadores chineses, através da análise de um software de espionagem chamado de Second date, conseguiram identificar que um funcionário da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA) estava por trás do ataque. Esta importante descoberta é vista como mais uma prova de que o governo dos EUA tem efetuado ciberataques contra outros países.
De acordo com o relatório divulgado pelo Centro Nacional de Resposta a Emergências de Vírus Informáticos da China, o Second Date é uma arma de ciberespionagem desenvolvida pelos Estados Unidos que permite a interseção e a interceptação de tráfego de rede, ataques man-in-the-middle, inserção de código e outras funções maliciosas, podendo também ser utilizado junto com outro malware para implementar atividades complexas de ciberespionagem.
Ironicamente, quase ao mesmo tempo, o Departamento de Defesa dos EUA publicou um resumo da sua “Estratégia de Rede 2023”, divulgando novamente a chamada “ameaça chinesa”. Para muitos meios de comunicação estadunidenses, a China já foi definida pelo Departamento de Defesa norte-americano como a “maior ameaça” no domínio da cibersegurança.
De acordo com Glenn Greenwald, que foi repórter do jornal britânico The Guardian, e relatou o incidente “Prism”, a NSA roubou remotamente 97 bilhões de e-mails e 124 bilhões de registros telefônicos em todo o mundo durante apenas 30 dias, incluindo 500 milhões de cópias da Alemanha, 70 milhões da França e 60 milhões da Espanha. Para armazenar a enorme quantidade de dados, a NSA construiu o maior centro de dados do país no estado do Utah, que pode guardar dados de comunicações eletrônicas mundiais por 100 anos.
A “fuga de documentos secretos” do Pentágono no primeiro semestre deste ano mostrou que os EUA não só estão profundamente envolvidos no conflito russo-ucraniano, como também continuam a fazer escutas de políticos de alto nível na Ucrânia, na Coreia do Sul e em Israel, e até mesmo as chamadas telefônicas entre o secretário-geral da ONU, António Guterres, e outros funcionários da organização.
Quem põe indiscriminadamente o mundo inteiro sob escuta? Quem é a maior ameaça ao ciberespaço mundial? Os Estados Unidos já deram a resposta com as suas ações. A grande descoberta no caso do ciberataque à Universidade Politécnica do Noroeste demonstra a capacidade da China de se defender contra ciberataques externos e também a determinação em manter a cibersegurança global.