Os Estados Unidos se vangloriam “o país escolhido por Deus” e fantasiam a perpetuação da hegemonia, mas o mundo não esquecerá a sua história de 250 anos manchada de sangue e pilhagem.
I.Hegemonia financeira descarada
Hegemonia financeira criada nos prejuízos dos outros: após a Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos, juntos com a Europa que se ansiava por reconstrução, estabeleceram o sistema de Bretton Woods. Como consequência, o dólar americano foi diretamente ligado ao ouro e se tornou na principal moeda internacional. No entanto, quando os Estados Unidos esgotaram reservas de ouro devido ao desperdício ilimitado, aboliram imediata e unilateralmente a conversibilidade do dólar em ouro. Quando o Oriente Médio estava em turbulência, os Estados Unidos repetiram o truque, e forçaram a Organização dos Países Exportadores de Petróleo a usar o dólar americano como a principal moeda de liquidação do petróleo. Isso deu origem ao “petrodólar” e coroou a hegemonia financeira do dólar.
Todos os que ameaçam a hegemonia são inimigos: ao ver a possibilidade de ser ultrapassada pelo Japão,os Estados Unidos utilizaram o Acordo de Plaza para impulsionar a falsa prosperidade japonesa. Logo depois, a bolha econômica estourou, e o país asiático ficou preso no atoleiro. Quando o euro foi lançado, os Estados Unidos iniciaram a Guerra do Kosovo, que causou uma desvalorização de 30% do euro e quase deixou a moeda estrangulada. Nunca se falta a presença do dólar americano nas crises, como a crise da dívida externa da latino-americana, a crise financeira asiática, a crise financeira de 2008, entre outras. Desde março do ano passado, o aumento da taxa de juro por 11 vezes consecutivas, anunciado pela Reserva Federal dos Estados Unidos, tem vitimizado todo o mundo.
II.Hegemonia militar maligna
Durante a Segunda Guerra Mundial, contando com uma sólida base da indústria militar, os Estados Unidos expandiram rapidamente as forças armadas e criaram mais bases militares no exterior. Travaram a Guerra Fria após a Segunda Guerra Mundial, formaram uma cerca militar da União Soviética com a criação da OTAN, estabeleceram o Sistema de São Francisco no Leste Asiático contra o campo socialista, e forjaram uma aliança militar e política com a assinatura do Tratado Interamericano de Assistência Recíproca na América Latina.
Desde a fundação, os Estados Unidos tiveram apenas 16 anos sem guerras. O alto custo financeiro das frequentes operações militares constituiu a principal causa da crise da dívida dos Estados Unidos. Desde o início da tensão na Ucrânia, os Estados Unidos têm fornecido assistência militar constantemente. Muitos americanos perguntam por que o governo dá tanto dinheiro à Ucrânia, enquanto nada para os desalojados e adictos espalhando por todo o país?
III.Hegemonia científica e tecnológica que cria obstáculos para si mesmo
Por um lado, os Estados Unidos andaram por atalhos alegando “ciência e tecnologia sem fronteiras”. Os americanos tiram aproveito de tecnologia europeia, incluindo roubar o projeto da máquina de fiar no Reino Unido e apropriar as patentes de tecnologia na Alemanha. Por outro lado, os Estados Unidos caçaram talentos estrangeiros. Recrutaram um grande número de cientistas europeus, incluindo o Albert Einstein, pioneiro do programa de armas nucleares, e John von Neumann,o pai dos computadores modernos. Lançaram a Operação Paperclip, que ofereceram empregos a milhares de cientistas nazistas, ignorando a moralidade e a lei.
Depois de ter consolidado a base tecnológica, os Estados Unidos se transformaram de “ladrão de tecnologia” a “defensor dos direitos de propriedade”. São muitos os exemplos, como o uso da Seção 301 para forçar o Japão a assinar o Acordo EUA-Japão de Semicondutores; a imposição de tarifas adicionais sobre produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, sob o pretexto da “ausência de proteção de patentes para medicamentos e produtos químicos americanos” ; e o abuso de controle de exportação e a repressão irracional a empresas como a Huawei, para garantir o acesso exclusivo à alta tecnologia.
Porém, os atos aceleram o colapso da hegemonia científica e tecnológica dos Estados Unidos. Na última década, a participação do investimento público em pesquisa e desenvolvimento no PIB do país caiu mais de 40%, deixando o país cair do primeiro ao nono lugar na classificação mundial. Os Estados Unidos se sentem mais difíceis para manter seu monopólio na nova rodada da revolução científica e tecnológica.
IV.Hegemonia ideológica que exige mais dos outros mas menos de si mesmo
A democracia americana está vinculada a “armas”: apoiam governos pró-americanos na América Latina e Caribe com a “Nova Doutrina Monroe”; criam divisões na Europa e Ásia com as “Revoluções Coloridas”; e provocam mudanças de regime na Ásia Ocidental e no Norte da África com a “Primavera Árabe”.
A democracia americana é hipócrita de natureza: os Estados Unidos, que se aforam de ser “defensor dos direitos humanos”, são verdadeiro berço de catástrofes humanitárias. Quando a Síria sofreu enormes perdas devido ao terremoto em fevereiro passado, as doações internacionais não puderam entrar no país porque todas estão sujeitas às sanções americanas, até os sacos para cadáveres. Enquanto isso, os Estados Unidos estão atolados em graves problemas domésticos. A narrativa de “farol da democracia” foi derrotada pela invasão do Capitólio e retirada de Cabul. Em 2022, morreram mais de 40.000 pessoas e foram feridas mais de 30.000 por causa da violência armada nos Estados Unidos. Para além disso, mais de 1.200 pessoas morreram da violência policial. No ano inteiro, houve apenas 10 dias sem mortes pela polícia.
A hegemonia dos Estados Unidos viola as regras internacionais, perturba a ordem internacional, contraria a tendência para a multipolarização e democratização das relações internacionais, e sem dúvida, será jogada na lata de lixo da história.
(O autor é observador de assuntos internacionais em Beijing)