Entrevista com o presidente do Burundi, Évariste Ndayishimiye

O convidado da entrevista desta edição é o presidente do Burundi, Évariste Ndayishimiye. O Burundi é considerado um amigo da China em todos os tempos. Depois de participar da cerimônia de abertura da Universíada em Chengdu, o presidente Ndayishimiye chegou a Shanghai para uma visita.

Jornalista Wang Guan: Pelo que sei, esta é a sua primeira viagem à China como presidente. Como você se sentiu em relação à esta viagem? Que impressão a China deixou para o Sr. presidente nos últimos dias?

Presidente: Estive na China antes de me tornar presidente. Estive em Beijing não apenas duas vezes, na verdade três vezes. Também estive em Nanjing, Guangzhou, Shenzhen e Shanghai. Desta vez comecei a minha viagem à China a partir de Sichuan. Chengdu deixou-me uma profunda impressão, pois vi o desenvolvimento e as características geográficas do seu entorno. Era semelhante ao Burundi, com montanhas e água, o que me inspirou sobre como o desenvolvimento pode ser alcançado. Em Shanghai, aqueles arranha-céus que não foram concluídos da última vez, agora estavam prontos. Cada vez que venho à China, tenho uma compreensão profunda do desenvolvimento da China, e sempre espero ter algumas inspiração do desenvolvimento chinês. Portanto, é uma oportunidade muito boa, porque estou aqui como uma pessoa que toma decisões. Esperamos que o Burundi se torne um país emergente até 2040 e um país desenvolvido até 2060. Esta visão é possível.

 

 

Desde o estabelecimento das relações diplomáticas em 1963, a China e o Burundi têm realizado uma cooperação ampla e amigável nas áreas de infra-estrutura, agricultura, saúde e educação. A Central Hidroeléctrica de Huzibazi, construída com ajuda da China, melhorou significativamente a capacidade de fornecimento de energia do Burundi e desempenhou um papel importante no seu desenvolvimento do país. A equipe médica chinesa no Burundi tratou cataratas e outras doenças para a população local e promoveu ativamente o desenvolvimento dos cuidados médicos no Burundi. Actualmente, a relação entre a China e o Burundi foi elevada ao nível de “todos os tempos”, e a cooperação entre os dois países é considerada como um exemplo para a “cooperação Sul-Sul”.

 

Wang Guan: Durante o seu encontro com o presidente chinês, Xi Jinping, ele qualificou as relações China-Burundi usando as palavras como “resistir ao teste das vicissitudes internacionais”, “compartilhar o bem e o mal” e “amigos em todos os tempos”. Como você se sente em relação às essas descrições?

Presidente: A relação entre a República Popular da China e o Burundi é amigável, fraterna, de união e, especialmente, sincera. Como acabei de dizer, a China é um país grande, mas nunca assumiu uma atitude dominadora ou condescendente, mas é um amigo que está disposto a caminhar connosco. A China está a desenvolver-se mais rapidamente do que nós, mas também está disposta a dar-nos as mãos e a avançar lado a lado. Portanto, sinto que você tem ideias muito boas e que o presidente Xi Jinping é um líder visionário, pragmático e que ama o povo. Tudo isto me dá esperança na relação entre os nossos dois países, tanto agora como no futuro.

Wang Guan: O Sr. Presidente falou sobre seu encontro com o presidente Xi Jinping. Houve algum momento inesquecível durante a reunião?

Presidente: Em primeiro lugar, conversamos por telefone já em 2021 e ele conhecia minhas ambições. Entre elas, a primeira prioridade é servir o bem-estar do nosso povo. Vemos as coisas da mesma maneira. Em segundo lugar, o meu slogan é “todos têm alimentos, todos têm poupanças”. Portanto, os nossos intercâmbios focaram principalmente em temas de interesse comum e em temas sobre a busca do bem-estar da população.

 

 

No âmbito do Fórum de Cooperação China-África, a China enviou peritos agrícolas ao Burundi desde agosto de 2009. Ao longo dos anos, os especialistas agrícolas chineses plantaram no local  uma variedade de arroz híbrido chinês e aumentaram com sucesso a produção de arroz no Burundi de uma média de três toneladas por hectare para mais de 10 toneladas. Até agora, os especialistas agrícolas chineses também realizaram 284 sessões de formação locais para 20.400 pessoas. Em maio de 2022, o presidente Évariste Ndayishimiye atribuiu certificados honorários a especialistas agrícolas chineses em reconhecimento das suas contribuições notáveis para o desenvolvimento agrícola do Burundi.

 

Presidente: A contribuição da China para o Burundi é também o orgulho do Burundi. Como eu disse, estamos a trabalhar juntos, os povos dos dois países são igualmente trabalhadores e estamos a avançar de mãos dadas. Esta é uma relação de igualdade, e não um país poderoso opinando e ordenando um país subdesenvolvido. Os dois países estão dispostos a trabalhar juntos.

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