Apesar das fortes objeções nacionais e estrangeiras, o governo japonês anunciou na terça-feira (22) que começaria a despejar no mar as águas residuais contaminadas da usina nuclear de Fukushima no próximo dia 24. A comunidade internacional, em geral, acredita que a ação sem precedentes “não apenas viola o direito internacional, mas também pode provocar desastres”.
As águas residuais nucleares não podem ser “purificadas” pelo Japão, independentemente dos artifícios que este use. De acordo com as estatísticas divulgadas pelo país, cerca de 70% do esgoto ainda não atingiram os padrões de segurança após o tratamento com ALPS. A Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA) também afirmou em seu relatório que o tratamento ALPS não conseguiu remover completamente os elementos radioativos das águas residuais.
Nessas circunstâncias, o Japão pretende descarregar compulsoriamente tais dejetos no mar, o que significa essencialmente expor toda a humanidade aos enormes riscos da poluição nuclear. Naturalmente, isso encontra objeções veementes.
De acordo com uma pesquisa de opinião realizada pela agência de notícias japonesa Kyodo, cerca de 80% dos entrevistados acharam que a explicação do governo japonês sobre as águas residuais era “insuficiente”. Cerca de 90% dos entrevistados temiam que o despejo do esgoto nuclear no mar prejudicasse a reputação do Japão. Shaun Burnie, especialista da organização ambiental Green Peace, pediu que o governo japonês “cesse seus atos de violação aos direitos humanos das populações regionais”. Recentemente, mais de 40.000 sul-coreanos pediram que seu governo apresentasse uma acusação ao Tribunal Internacional do Direito do Mar para impedir que a operação seja levada a cabo.
De acordo com a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, todos os países têm o dever de proteger e manter o ambiente marítimo. Como signatário da Convenção, o Japão deve arcar com suas devidas obrigações e responsabilidades conforme o direito internacional. A comunidade internacional tem o direito de responsabilizar o país e exigir indenização de forma legal. O Japão, que abriu a “caixa de Pandora”, já perdeu completamente sua credibilidade. O mundo não deve pagar o preço por seu comportamento extremamente egoísta e irresponsável.