A agência de classificação de risco Fitch rebaixou nesta terça-feira (1º) o rating de emissor de inadimplência em longo prazo e moeda estrangeira (IDR, na sigla em inglês) dos Estados Unidos de AAA para AA+. Esta decisão causou mais uma rodada de críticas mútuas entre os dois partidos do país. Os democratas acham que os republicanos produziram deliberadamente esta crise de crédito, enquanto os republicanos atribuíram a culpa para a incompetência econômica do governo de Biden.
No entanto, as disputas partidárias intermináveis são exatamente uma importante razão para o rebaixamento do rating dos EUA. Nos últimos 20 anos, os impactos na dívida surgiram repetidamente no país e todos foram resolvidos apenas no último momento. Isso diminuiu a confiança do mundo sobre a administração financeira dos EUA. Analistas acreditam que a polarização política causou incapacidade de governança.
Segundo a declaração da Fitch, o rebaixamento reflete a deterioração fiscal esperada para os próximos três anos, assim como a crescente dívida do governo. A enorme dívida deve ser a segunda razão para a decisão da Fitch.
Os dados divulgados no site do Departamento das Finanças dos EUA mostram que até o dia 31 de julho deste ano, a dívida do governo federal estadunidense já chegou a US$ 32,6 trilhões, significando que cada estadunidense possui uma dívida no valor de quase US$100 mil . O momento em que a dívida dos EUA ultrapassou US$ 32 trilhões acabou sendo nove anos mais cedo do que a previsão feita antes da pandemia.
Agora a previsão da Fitch é que até 2025, a proporção da dívida em relação ao PIB dos EUA poderá ser de 118,4%, e o padrão de AAA da agência sobre a dívida de um país é que esta proporção deva ser menos de 39,4%.
Vale lembrar que em 2011, outra agência de classificação de risco, Standard and Poor’s, já havia retirado o rating AAA dos EUA por causa de questões concernentes a dívidas. No entanto, naquele ano, a dívida do governo federal foi de US$15 trilhões, muito menos do que a atual.
Além disso, o rebaixamento do rating dos EUA pode acelerar o processo da desdolarização. O dólar é uma moeda internacionalizada por causa do crédito do governo estadunidense. Se o crédito dos EUA diminuir, as pessoas deverão fazer outras opções.
Muitos funcionários governamentais de Washington criticaram a Fitch por “fazer uma decisão contra a realidade”, mas isso não é o que eles devem fazer. Ao contrário, eles devem enfrentar a realidade e empenhar-se para resolver os problemas econômicos do país.