Entrevista exclusiva com primeiro-ministro da Mongólia L. Oyun-Erdene

Em 29 de junho, o primeiro-ministro da Mongólia, Luvsannamsrai Oyun-Erdene, participou do Fórum de Cooperação Econômica e Comercial China-Mongólia, realizado em Beijing. No fórum, representantes de mais de 300 empresas chinesas dos setores de mineração, construção civil, comércio, turismo, transporte e pecuária tiveram negociações com representantes de mais de 100 empresas da Mongólia, fechando contratos no valor de mais de 4 bilhões de dólares.

Apresentadora: Quando se trata de relações bilaterais entre a China e a Mongólia, costumamos dizer que os dois países são “bons amigos, bons parceiros e bons vizinhos”. Podemos ver a amizade muito profunda entre os dois países nessas sete palavras. Após a visita do presidente Xi Jinping à Mongólia em 2014, a cooperação bilateral acelerou-se ainda mais rumo a uma nova era. Então, Sr. Primeiro-Ministro, como você pensa sobre o desenvolvimento das relações bilaterais, especialmente de uma perspectiva estratégica e de longo prazo?

L. Oyun-Erdene: Espero, sinceramente, que a relação entre os dois países se torne um modelo reconhecido internacionalmente. Claro, os dois países têm características diferentes, caminhos de desenvolvimento e sistemas diferentes. Como esses dois países vizinhos podem apoiar um ao outro? Acredito que as relações Mongólia-China não são apenas uma questão entre os dois países, mas também uma janela para o mundo entender a Ásia e um modelo entre os países com diferentes caminhos de desenvolvimento no mundo. Isto é de grande importância a nível internacional. Lembro-me que o presidente Xi Jinping disse uma vez: “Uma flor desabrochando sozinha não é primavera, e cem flores desabrochando formam um jardim cheio de primavera.” Ele enfatizou que o mundo será mais bonito e colorido somente se diferentes civilizações no mundo coexistirem. Isso significa que um país não pode impedir o sucesso de outros em prol de seu próprio sucesso. Esta frase é importante no mundo de hoje, não podemos forçar os outros e outros países a se tornarem iguais a nós mesmos.

Apresentadora: A China tem sido o maior parceiro comercial da Mongólia por muitos anos consecutivos, especialmente em 2021 e 2022, em que o volume comercial bilateral entre os dois países ultrapassou 10 bilhões de dólares.

L.Oyun-Erdene: Acho que fizemos um bom trabalho neste aspecto. Realizamos o Fórum de Cooperação Econômica e Comercial Mongólia-China e as atividades de promoção cultural e turística “Bem-vindo à Mongólia”. Esses eventos atraíram a participação de muitas empresas, refletindo plenamente a confiança entre as pessoas e as empresas.

Apresentadora: Agora, o governo da Mongólia também está promovendo de forma constante a diversificação do desenvolvimento econômico doméstico. Neste contexto, em que áreas gostaria que a cooperação bilateral se aprofundasse e se tornasse mais sólida?

L.Oyun-Erdene: Os governos dos dois países devem fornecer uma boa base para intercâmbios não-governamentais e cooperação empresarial. Por exemplo, acelerar a melhoria do nível das infraestruturas. Claro, o principal parceiro comercial e econômico da Mongólia é a China. Portanto, precisamos fortalecer a capacidade de desembaraço aduaneiro dos portos. Atualmente, apenas o porto ferroviário Erenhot nos conecta com a China. Planejamos aumentar o número de portos ferroviários para quatro pares dentro de um a dois anos. Também visitei o porto de Tianjin, que é o porto marítimo mais próximo da Mongólia. Conversamos com o Tianjin Port Group sobre como exportar combustível da Mongólia para outros países via mar e falamos sobre planos para fortalecer ainda mais a cooperação.

A China se tornou uma das principais economias do mundo e também é um país asiático tecnologicamente inovador. O Fórum Davos de Verão realizado recentemente em Tianjin atraiu elites e pessoas inovadoras de todos os setores sociais, e fiquei profundamente impressionado. Juntos, conversamos sobre como a Ásia pode contribuir para o progresso humano, como podemos trabalhar juntos para injetar unidade e cooperação em um mundo dividido, como podemos trabalhar juntos para enfrentar a desertificação global e promover o desenvolvimento verde e como podemos cooperar com nossos vizinhos para reduzir as emissões de carbono. Acho que esses são pontos importantes para a criação de valores asiáticos.

CRI Português

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