A Comissão Reguladora de Energia Atômica do Japão emitiu neste sábado (7) para a Tokyo Electric Power Company o certificado de aceitação do despejo de água contaminada para resfriar a usina nuclear de Fukushima. Isso significa que o governo japonês deu mais um passo em direção ao plano de despejar a água radioativa no mar, apesar da forte oposição interna e externa. A fim de aumentar a chamada “racionalidade”, o secretário-chefe do Gabinete do Japão, Hiroichi Matsuno, afirmou que o critério da emissão de trítio do Japão é muito mais rígido do que o da China, Coréia do Sul e outros países.
O que as pessoas se opõem é o despejo de água poluída no mar, e não o funcionamento normal das usinas nucleares. O governo japonês recorreu à “pseudociência” para confundir o público, então vamos falar sobre a diferença fundamental entre a água radioativa e a operação normal da usina nuclear do ponto de vista científico.
Em relação à origem, o acidente nuclear de Fukushima é o acidente nuclear de mais alto nível. A água poluída vem da água de resfriamento, água subterrânea e água da chuva que fluem através do núcleo do reator e contém uma grande quantidade de radionuclídeos. Porém, as águas residuais nucleares de usinas nucleares em todo o mundo vêm, principalmente, da drenagem de processo, drenagem química, drenagem do solo, drenagem de chuveiros e lavanderias, que pertencem à drenagem de operação normal.
As diferentes fontes determinam os diferentes tipos de radionuclídeos. O governo japonês sempre enfatizou a capacidade de purificação do trítio. Mas, na verdade, existem radionuclídeos que são muito mais prejudiciais do que o trítio na água contaminada de Fukushima. Segundo os especialistas, a água de Fukushima contém mais de 60 tipos de radionuclídeos, incluindo trítio, carbono-14, cobalto-60, estrôncio-90, iodo-129, etc.