Após 12 anos de isolamento, a Síria finalmente retornou à família da Liga Árabe. Os ministros das Relações Exteriores da Liga Árabe decidiram, em uma reunião especial no domingo (7), “readmitir a delegação do governo sírio nas reuniões do Conselho da organização e em todas os seus segmentos e órgãos com efeito imediato”. Após o aperto de mãos entre a Arábia Saudita e o Irã em Beijing, isso é visto como um outro marco no processo de reconciliação do Oriente Médio.
Após a eclosão da crise síria em 2011, a Liga Árabe suspendeu a participação da Síria, deixando a nação em relativo isolamento diplomático e sujeita a outras sanções impostas pelos Estados Unidos e outros países ocidentais.
Não é de surpreender que a Síria conseguiu retornar à família da Liga Árabe após 12 anos. Analisando o desenvolvimento da situação no Oriente Médio de uma perspectiva mais ampla, o aperto de mãos entre a Arábia Saudita e o Irã promoveu diretamente o retorno da Síria. Como os dois países apoiam forças políticas diferentes na crise síria, a aproximação saudita-iraniana, sem dúvida, criou uma oportunidade para a melhoria das relações entre a Síria e os países da Liga Árabe.
De modo geral, a comunidade internacional saudou a readmissão da Síria na Liga Árabe. Os analistas acreditam que essa medida sensata ajudará a Síria a fortalecer a cooperação regional, melhorar sua economia e promover a reconstrução pós-guerra; ajudará os países árabes a formarem uma sinergia política e desempenharem um papel mais importante no cenário internacional; também ajudará a reunir consensos sobre uma solução política para a crise síria e promover um maior alívio nas tensões no Oriente Médio.
No mesmo dia em que a Liga Árabe anunciou a readmissão da Síria, o conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, visitou a Arábia Saudita. A Bloomberg acredita que a decisão da Liga, que “ignorou Washington”, reflete sua influência cada vez menor na região exportadora de petróleo.
Na verdade, os EUA vêm tomando medidas há algum tempo contra a região, que não quer mais seguir o “roteiro americano”. Entretanto, isso não impediu a tendência geral de reconciliação no Oriente Médio. Com o aperto de mãos entre a Arábia Saudita e o Irã e o retorno da Síria à Liga Árabe, os países da região enviaram sinais claros – eles querem a paz, querem o desenvolvimento e querem seguir seu próprio caminho.
A atual onda de “reconciliação” no Oriente Médio lembra aos EUA que os tempos são realmente diferentes.
tradução: Shi Liang