Bater acidentalmente na porta errada, entrar pelo caminho errado ou no carro errado. Estes erros por negligência podem levar a perdas mortais nos Estados Unidos. De acordo com uma reportagem do USA Today, tiroteios e mortes por descuido em “lugares errados” provocaram tragédias no país nos últimos anos.
Os cidadãos norte-americanos vivem agora em constante medo ligado intimamente ao aumento da criminalidade nos anos recentes. De acordo com as estatísticas do Comitê da Justiça Criminal, o número de roubos nas principais cidades dos EUA aumentou 19% no primeiro semestre de 2022 e o de furtos cresceu 20%.
Nos últimos anos, vários problemas no país, incluindo a divisão da sociedade, a diferença entre ricos e pobres e a polarização política e o racismo, agravaram as contradições e os conflitos internos. A sensação de insegurança das pessoas se tornou cada vez mais forte. Diante disso, um número crescente de norte-americanos compra armas de fogo para se proteger. Quando as pessoas recorrem ao armamento para se proteger, a sociedade norte-americana cai inevitavelmente em um ciclo vicioso: “insegurança – compra de armas de fogo – mais insegurança”.
Grupos de interesses, como a National Rifle Association (NRA), por meio do lobby das armas, têm, por um lado, promovido a criação de um ambiente livre para a posse de armas de fogo e, por outro, obstruído vigorosamente o processo de controle do arsenal em poder dos cidadãos. Por causa dos votos em eleições e do dinheiro, o controle de armas há muito tempo se tornou uma ferramenta de luta entre republicanos e democratas. Como resultado, a violência com armas se tornou um problema sem solução.
É difícil imaginar que a única superpotência do mundo, que sempre se considerou um “farol dos direitos humanos”, seja assim: atire primeiro e fale depois. Quem poderá garantir os direitos humanos dos norte-americanos que forem baleados antes de poderem falar?