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Quem está Levando o Mundo ao Vórtice de Guerra?

Xi Pu

O filme norte-americano “O Senhor das Armas (Lord of War)” tem uma frase clássica “O maior negociante de armas do mundo é o Presidente dos Estados Unidos”. É verdade que o país tem provocado o maior número de guerras, vendido a maior quantidade de armas e gasto o maior volume militar desde a Segunda Guerra Mundial e é realmente “o Senhor das Armas”.

O orçamento da defesa dos Estados Unidos para 2024 é quase equivalente ao PIB da Turquia, mas a explicação do Pentágono é sempre sobre a “ameaça da China”. As mídias ocidentais não poupam esforços para exagerar o aumento em 7,2% do orçamento da defesa da China, especulando sobre o “controle de Taiwan pela força” e a “criação de bases militares no exterior” da China. Mas quem vem gastando enorme na defesa e coloca o mundo em risco de guerra? O fato fala mais alto do que as palavras.

I. Quem é o maior gastador militar do mundo?

Os Estados Unidos têm sempre sido. Em 2022, entre os 10 países com maiores gastos militares do mundo, o do país norte-americano é maior que o total dos outros nove. Em 2023, o orçamento militar do país é de US$ 857,9 bilhões, 2,8 vezes maior que o da China.

Conforme dados públicos, China gastou apenas 1,3% do seu PIB em defesa em 2022, percentagem muito menor do que a dos cinco maiores gastadores, a saber, Estados Unidos, Rússia, Reino Unido e Índia.

As mídias ocidentais alegam que a grande expansão do orçamento militar do país norte-americano é “necessária para manter a paz mundial” e fazem ouvidos de mercador à oposição do povo contra isso, mas lançam acusações de “ameaça à segurança regional” ao modesto aumento do orçamento militar da China. É puramente critério duplo.

II. Quem abusa das forças?

Disse o ex-presidente Jimmy Carter, que os Estados Unidos passaram apenas 16 anos sem guerra nos 240 anos desde sua fundação, sendo “a nação mais belicosa da história”. Dos mais de 190 países reconhecidos pelas Nações Unidas, apenas 3 não estiveram em guerra com o país norte-americano ou sofreram sua intervenção militar. Da Guerra da Coreia à situação ainda tensa na Península Coreana, da Guerra do Vietnã à guerra por procuração na Ucrânia, a qual delas falta a sombra dos Estados Unidos?

O país tem 374 bases militares em mais de 140 países e regiões, cuja manutenção leva cerca de US$ 100 bilhões por ano. Em 2022, Europa aumentou por 93% a importação das armas (a maioria é estado-unidense), da qual a Ucrânia respondeu por 31%. Os Estados Unidos deram uma assistência militar de US$ 77,5 bilhões à Ucrânia, alimentando o fogo e dificultando a volta da Rússia e Ucrânia à mesa de negociação. Segundo expôs John Kirby, coordenador de Comunicação Estratégica do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca durante a visita presidencial da China à Rússia, “qualquer tipo de pedido de cessar-fogo que venha a sair dessa reunião será inaceitável”.

III. Quem cria ameaça de guerra no Indo-Pacífico?

Na nova versão da Estratégia dos Estados Unidos para o Indo-Pacífico, se diz que a coerção e agressão da China espalha por todo o globo mas é mais aguda no Indo-Pacífico. Porém, quem está praticando coerção e agressão no Indo-Pacífico é exatamente o país norte-americano.

Procura conter China usando Taiwan. Reforça a conivência com o Partido Democrático Progressista (PPD) e apoia a participação da ilha em organizações internacionais e a sua busca pela independência. Mete as mãos na ilha no âmbito militar. Enviou recentemente o encarregado dos assuntos da China do Pentágono e aprovou mais uma venda de armas.

Em março de 2023, Estados Unidos, Reino Unido e Austrália, a despeito da oposição na comunidade internacional, anunciaram o programa trilateral de cooperação de submarinos nucleares, que tornaria Austrália em primeiro país sem armas nucleares mas com submarinos nucleares no mundo. O ministro da Defesa da Austrália admitiu que comprar submarinos nucleares é para deter cruzeiros chineses no Mar do Sul da China.

IV. Quem levará tiro no pé?

Alegando a “ameaça chinesa”, os Estados Unidos na verdade querem derrotar China com corrida armamentista, desacoplamento, corte de cadeias produtiva e de suprimentos e guerra de opiniões públicas. Conseguiram na “corrida” com a União Soviética, mas não conseguirão com a China.

Com PIB equivalente a 77% da economia estado-unidense, China é a segunda maior economia mundial, tem sistema industrial completo e condições para realizar a circulação econômica doméstica. Aderindo à estratégia de abertura para benefício mútuo e ganhos compartilhados, China não se interessa por corridas armamentistas, jamais busca hegemonia, tampouco tem medo das provocações estado-unidenses.

O grande gasto militar mostra músculos dos Estados Unidos, e também leva o país ao círculo vicioso de expansão militar. Os US$ 6 trilhões gastos nas guerras no Oriente Médio só resultaram em danos do povo e mergulho do país no pântano de guerra.

A história mostra que a justiça prevalece. Sem reflexão, os Estados Unidos só caminhariam para o lado oposto do mundo.

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