Mudanças gratificantes têm ocorrido dia a dia nas relações entre países do Oriente Médio, após o diálogo entre as delegações da Arábia Saudita e do Irã em Beijing, realizado há exatamente um mês.
Uma equipe diplomática saudita chegou no sábado (8) a Teerã, capital iraniana, para discutir os detalhes sobre a reabertura da embaixada no país. A agenda ocorre depois do encontro entre os chanceleres dos dois países em Beijing, realizado em 6 de abril, quando anunciaram a restauração oficial das relações diplomáticas.
Países influentes no Oriente Médio, Arábia Saudita e Irã tiveram rancores históricos profundos. Atualmente, as duas nações estão tomando passos para terminar com a hostilidade, oferecendo um modelo importante para a resolução de conflitos por meio de diálogo entre os países da região.
A situação no Iémen é um exemplo. No dia 8, uma delegação composta por representantes da Arábia Saudita e de Amã viajaram para Sana, capital imenita, com o objetivo de realizar negociações de cessar-fogo com os Houthis. A previsão é que a Guerra do Iémen, que já dura oito anos, pode chegar ao fim.
As interações entre a Síria e os países árabes também foram encorajadoras. No mês passado, a Arábia Saudita e a Síria chegaram a consensos sobre a reabertura das embaixadas em cada país.
A crise da Síria surgiu em 2011. Por causa da oposição saudita ao governo sírio, as relações entre os dois países caíram para o ponto mais baixo. A Liga Árabe também suspendeu a adesão da Síria. Doze anos depois, o reaquecimento dos laços sírio-sauditas também sinalizou para o possível retorno da Síria ao mundo árabe.
Também não podemos deixar de falar da retomada do relacionamento entre a Turquia e o Egito. Os chanceleres dos dois países se reuniram em março no Cairo, capital egípcia. Esta foi a primeira visita de uma delegação ministerial da Turquia ao Egito em mais de uma década. As duas partes declararam que vão retornar às relações bilaterais com restabelecimento de embaixada no tempo apropriado.
Sob as complexas razões para as turbulências no Oriente Médio, a atual tendência da melhoria das relações entre os países da região são atribuídas a fatores internos e externos. No âmbito interno, os habitantes locais sofreram com as guerras por longo tempo e têm um grande desejo de ter paz. Ao mesmo tempo, os países estão mudando suas estratégias nacionais de “buscar a segurança” para “promover o desenvolvimento”.
Já na frente externa, os Estados Unidos vêm acelerando sua retirada do Oriente Médio e colocando mais atenção e canalizando mais recursos para a área Ásia-Pacífico. Muitos países médio-orientais perceberam que Washington traiu os compromissos de segurança com seus aliados e se tornou inconfiável.
Ao mesmo tempo, os conflitos entre a Rússia e a Ucrânia alertaram para a necessidade de livrar-se de interferências alheias e reforçar a colaboração interna para comandar realmente o próprio destino.
Neste processo, a posição justa da China de ser imparcial, não procurar interesses pessoais e não formar pequenos círculos conquistou a confiança dos países do Oriente Médio. Afinal, as iniciativas chinesas corresponderam à tendência principal da situação na região.
A onda de paz e desenvolvimento é irreversível. Neste processo, a China vai continuar a desempenhar seu papel como promotor de segurança e estabilidade, colaborador no desenvolvimento e fomentador de união e auto-fortalecimento.