Durante sua visita ao Japão, o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, emitiu nesta terça-feira, junto com o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, uma declaração conjunta, anunciando as cooperações bilaterais em áreas de segurança marítima, ciberespaço e controle armamentista sem esquecer de falar sobre a força militar da China e a questão de Taiwan. A mídia japonesa disse que esta é a primeira vez em quase seis anos que um secretário-geral da Otan visita o Japão, e que o país e a organização estão “se aproximando rapidamente”.
A Otan, um produto da Guerra Fria, está sendo puxada pela chamada “estratégia Indo-Pacífico” dos Estados Unidos e usa a China como pretexto para estender sua presença na região Ásia-Pacífico. Desde sua criação, a Otan tem sido uma ferramenta para os Estados Unidos se engajarem em um confronto em bloco. Com o fim da Guerra Fria, a Otan perdeu seus objetivos e direção. Após a crise da Ucrânia no início do ano passado, os EUA tentaram aproveitar a oportunidade para ressuscitá-la como uma ferramenta para conter a China e manter sua hegemonia.
O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, chegou à Coreia do Sul no dia 30 de janeiro e reiterou sua intenção de fortalecer a “capacidade de dissuasão ampliada” de seu país. Os EUA e a Otan estão difamando a China como uma “ameaça militar” e ao mesmo tempo, fortalecem alianças militares com seus aliados asiáticos, causando de fato uma ameaça de segurança para a região da Ásia-Pacífico. Isto também é uma clara indicação de que os EUA estão empurrando seus aliados da Ásia-Pacífico a se unirem à Otan para avançar com a chamada “Estratégia Indo-Pacífico” a fim de formar uma estrutura de segurança para conter a China.
Entretanto, a Otan de hoje só está dando um show político exagerado, com muito mais significado simbólico do que prático. Em termos de poder militar, com o fim da Guerra Fria, a Otan passou gradualmente de uma aliança militar para uma aliança política e diplomática, e sua capacidade operacional geral continuou a diminuir, com muitos países membros também enfrentando uma escassez de fundos. Do ponto de vista da opinião pública, a grande maioria dos países da região Ásia-Pacífico compreende a tentativa dos EUA e da Otan de desviar o confronto para o leste, e diz firmemente “não” a estes atos. Por esta razão, o Japão e a Coreia do Sul precisam entender que o fracasso é inevitável se não seguirem o caminho certo da cooperação Ásia-Pacífico.
Hoje em dia, a Otan parece um grupo gigante, mas na realidade está ficando sem forças. Esta é uma realidade que nenhuma atuação política pode esconder. A região da Ásia-Pacífico não é uma arena de batalha para grandes potências, e qualquer tentativa de engajamento em uma “nova guerra fria” não será aceita pelo povo da região da Ásia-Pacífico, nem será permitida pelos tempos.