O Quadro Global de Biodiversidade Kunming-Montreal foi aprovado em Montreal, no Canadá, nessa segunda-feira (19), durante a segunda fase da 15ª reunião da Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica (COP15).
Trata-se de um acordo histórico, alcançado após quatro anos de negociações duradouras e que demonstra a vontade e a determinação de todas as partes em promover a conservação da biodiversidade global.
O presidente da COP15 e ministro da Ecologia e Meio Ambiente da China, Huang Runqiu, disse que, depois de quatro anos, “chegamos ao fim da jornada”. O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que “começamos a fechar um acordo de paz com a natureza”.
No contexto da destruição severa da biodiversidade global, a maior parte da opinião pública acredita que o quadro é como o “Acordo de Paris” no campo da proteção da natureza, estabelecendo metas e caminhos para a governança global da biodiversidade até 2030 e nos anos seguintes.
O documento equilibra ambição e pragmatismo e contém um total de 23 objetivos específicos, entre os quais o mais importante e marcante é o compromisso de proteger pelo menos 30% das terras, das águas interiores e dos oceanos do globo até 2030.
A mobilização de fundos é outro objetivo central do quadro e também é vista como a chave para a implementação de outros objetivos. O documento propõe mobilizar pelo menos US$ 200 bilhões anualmente, até 2030, para implementar as estratégias nacionais de biodiversidade e os relativos planos de ação. Está previsto que os países desenvolvidos forneçam anualmente pelo menos US$ 20 bilhões, até 2025, e US$ 30 bilhões, até 2030, para os países em desenvolvimento.
Além disso, os 23 objetivos do quadro também incluem a redução pela metade do desperdício global de alimentos, corte pela metade da introdução de espécies exóticas invasoras e diminuição pela metade do uso de produtos químicos altamente perigosos até 2030.
Os esforços da China foram elogiados por todas as partes presentes na reunião. A diretora executiva do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Inger Andersen, disse que o desempenho chinês na promoção da conservação da biodiversidade global foi “extraordinário”.