O Acordo de Paris é considerado um marco histórico da luta contra as mudanças climáticas, e a sessão de alto nível da segunda parte da 15ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica (COP15), que está sendo realizada em Montreal, no Canadá, é considerada como um “segundo Acordo de Paris” para a proteção da biodiversidade.
O presidente chinês, Xi Jinping, fez no dia 15 um discurso por video na cerimônia de abertura do evento. “Um ecossistema sadio é essencial para a prosperidade da civilização. Devemos trabalhar juntos para promover a coexistência harmoniosa entre o homem e a natureza, construir uma comunidade de toda a vida na Terra e criar um mundo limpo e belo para todos nós”, disse o líder chinês.
Ele apelou para o fato de que é preciso construir um consenso global sobre a proteção da biodiversidade, trabalhar conjuntamente para a conclusão do Quadro Global da Biodiversidade Pós-2020 e definir metas e caminhos para a proteção da biodiversidade global. O presidente chinês acrescentou que é necessário impulsionar o processo global de proteção da biodiversidade, transformar ambições em ação, apoiar os países em desenvolvimento na construção de capacidades e coordenar esforços para enfrentar as mudanças climáticas, a perda da biodiversidade e outros desafios globais.
A secretária executiva da Convenção sobre Diversidade Biológica, Elizabeth Maruma Mrema, disse que o discurso de Xi Jinping é muito importante para as negociações sobre o quadro da biodiversidade global após 2020, e que está otimista com o resultado desta sessão.
A COP15 é a primeira reunião global promovida pela ONU sobre a diversidade biológica. Em outubro do ano passado, a primeira fase da conferência foi realizada em Kunming, na China. Na ocasião, foi aprovada a Declaração de Kunming, que pede a construção de uma comunidade de toda a vida na Terra.
A biodiversidade conta com três aspectos: ecossistema, espécies e genes, alicerce importante para a sobrevivência e o desenvolvimento da humanidade.
Atualmente, a diversidade biológica está enfrentando tanto crises como oportunidades. Nos últimos 100 anos, a extinção de espécies causada por atividades humanas foi mais de cem vezes mais rápida do que a extinção natural. O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que a recessão do ecossistema global poderá causar anualmente uma perda econômica de US$ 3 trilhões até 2030. No entanto, a COP15 e o futuro Quadro Global da Biodiversidade Pós-2020, poderão oferecer oportunidades históricas para a proteção da diversidade biológica no futuro.