Santiago – A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) alertou nesta quarta-feira para um aumento “terrível” da fome na América Latina e no Caribe, depois que o número de pessoas que sofrem de fome na região cresceu em 4 milhões entre 2020 e 2021 em meio à pandemia de COVID-19.
De seu escritório regional para a América Latina e Caribe em Santiago, Chile, a agência apresentou “O Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo 2022”, que mostra que em 2021 até 56,5 milhões de pessoas na região passaram fome e 268 milhões de pessoas enfrentaram insegurança alimentar.
A situação piorou notavelmente depois que o número de pessoas que passam fome aumentou 9 milhões entre 2019 e 2020, segundo o relatório, com os desnutridos atualmente representando 8,6 por cento da população regional.
“A situação é extremamente terrível. Em apenas dois anos, 13 milhões de pessoas caíram na fome. E quatro em cada 10 pessoas vivem com insegurança alimentar, enquanto ainda temos que nos preparar para os impactos da atual crise alimentar”, disse o representante-regional da FAO, Julio Berdegue, em um comunicado.
“Estamos enfrentando uma crise complexa de proporções que exige uma ação sem precedentes, não apenas dos governos, mas de todos os atores do sistema agroalimentar regional”, disse Berdegue.
O relatório apontou que das 823 milhões de pessoas que passaram fome no mundo em 2021, mais da metade vive na Ásia e mais de um terço na África, enquanto a América Latina e o Caribe respondem por 7,4 por cento do total.
O relatório foi publicado conjuntamente pela FAO, o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, o Programa Alimentar Mundial e a Organização Mundial da Saúde.