Suva – O conselheiro de Estado e ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, disse neste sábado que as relações entre China e EUA não são um jogo de soma zero e que os norte-americanos devem abordar os laços bilaterais com base nos princípios de respeito mútuo, coexistência pacífica e cooperação de benefício recíproco.
Em resposta a um recente discurso político do secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, que descreveu a China como “o desafio de longo prazo mais sério à ordem internacional”, Wang disse que há grandes equívocos nas visões dos EUA sobre o mundo, a China e as relações entre ambos.
O mundo não é o que os Estados Unidos descrevem e a tarefa mais urgente da comunidade internacional é proteger conjuntamente a vida e a saúde humana, promover a recuperação econômica mundial e salvaguardar a paz e a tranquilidade mundiais, o que exige o estabelecimento de uma comunidade com um futuro comum e a implementação de propósitos e princípios consagrados na Carta da ONU, assinalou Wang.
Ele destacou que a Iniciativa do Cinturão e Rota, a Iniciativa de Desenvolvimento Global e a Iniciativa de Segurança Global, propostas pela China, ganharam amplo reconhecimento e apoio da comunidade internacional. A obsessão dos EUA com o “centrismo ocidental”, “excepcionalismo” e a mentalidade da Guerra Fria, assim como sua pressão pela lógica da hegemonia e da política do bloco, vão contra a tendência da história e só levarão ao confronto e à divisão da comunidade mundial.
Na realidade, os Estados Unidos se tornaram uma fonte de turbulência que prejudica a atual ordem mundial e um obstáculo que impede a democratização das relações internacionais, observou Wang.
Enfatizando que a China não é o que os EUA imaginam, Wang salientou que há uma lógica histórica clara para o desenvolvimento e revitalização do país que tem um forte poder endógeno.
A busca comum da modernização por 1,4 bilhão de chineses representa um grande progresso para a humanidade, em vez de uma ameaça ou desafio para o mundo, ressaltou Wang, acrescentando que tal conquista é feita sob a forte liderança do Partido Comunista da China e é fruto da solidariedade, diligência e trabalho árduo do povo chinês que encontra o caminho do socialismo com características chinesas.
“Nosso objetivo é aberto, justo e honesto. É tornar a vida melhor para nosso povo e dar uma contribuição maior ao mundo, não substituir ou desafiar outros”, declarou Wang.
“Estamos levando a reforma, a abertura e a cooperação de benefício mútuo a um nível mais alto. Vamos nos tornar uma versão melhor de nós mesmos e tornar o mundo um lugar melhor”, disse ele.
“O que queremos dizer aos EUA é que as relações sino-americanos não são um jogo de soma zero projetado pelo lado norte-americano”, assinalou Wang.
Os líderes chineses apontaram que se a China e os Estados Unidos puderem lidar adequadamente com seu relacionamento, isso seria importante ao futuro do mundo, uma questão do século que precisa ser bem respondida pelos dois países, acrescentou.
Antes de responder à pergunta, o lado norte-americano deve primeiro estar ciente de que uma hegemonia unipolar não encontrará apoio, o confronto grupal não tem futuro, construir pequenos quintais com cercas altas significa auto-isolamento e atraso e dissociar e cortar suprimentos só prejudica os outros e a si mesmo, continuou.
Os países podem encenar uma competição justa entre si e é natural que a China e os Estados Unidos tenham algumas disputas, mas não devem ser destrutivas, observou Wang. O povo chinês tem confiança e está pronto para realizar uma competição justa para ver quem pode governar melhor seu próprio país e quem pode fazer mais contribuições para o mundo.
“Nunca cederemos à chantagem ou coerção e defenderemos firmemente a soberania, a segurança e os interesses de desenvolvimento da China”, disse o chanceler, sublinhando que o povo chinês tem a espinha dorsal e a determinação para fazê-lo e qualquer supressão e contenção só os tornará mais unidos.
O lado estadunidense deve concentrar seus esforços na aplicação dos princípios de respeito mútuo, coexistência pacífica e cooperação de benefício mútuo, de modo a encontrar o caminho para que os dois principais países, China e Estados Unidos, lidem adequadamente um com o outro na nova era, disse Wang.
Wang está visitando Fiji, a quarta parada de sua viagem aos países insulares do Pacífico.