Beijing – O acordo da Parceria Econômica Abrangente Regional (RCEP, em inglês), o maior pacto de livre comércio do mundo, entrou em vigor neste sábado, injetando vitalidade no multilateralismo e no livre comércio em meio à pandemia de COVID-19 e à recuperação econômica global.
A partir de agora, mais de 90% do comércio de mercadorias entre os membros que o aprovaram estarão eventualmente sujeitos à tarifa zero.
O acordo da RCEP foi assinado em 15 de novembro de 2020 por 15 países da Ásia-Pacífico — dez membros da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e China, Japão, República da Coreia, Austrália e Nova Zelândia — após oito anos de negociações.
O acordo entrou em vigor inicialmente em 10 países que apresentaram instrumentos de ratificação com o Secretariado da ASEAN.
Cobrindo quase um terço da população mundial e respondendo por cerca de 30% do PIB global, o novo bloco de livre comércio visa facilitar o comércio e o investimento na região da Ásia-Pacífico e impulsionar a globalização econômica.
Com regras comerciais otimizadas entre os signatários, procedimentos simplificados e maior abertura nos setores de comércio de serviços e investimento, a RECP trará benefícios tangíveis para os países membros.
A China implementará integralmente as obrigações do acordo da RCEP e orientará os governos locais, indústrias e empresas a aproveitarem melhor as oportunidades de abertura, de acordo com o Ministério do Comércio.
O país trabalhará ativamente com outros membros para transformar o mecanismo da RCEP em uma plataforma importante para a cooperação econômica e comercial no Leste Asiático, destacou o ministério.
A RCEP permite que a China e o Japão construam uma parceria direta de livre comércio com tarifas sobre 86% dos produtos do Japão e 88% dos produtos da China eventualmente reduzidas a zero.
“O acordo da RCEP, alcançado em um momento difícil com os desafios da COVID-19 e o sentimento antiglobalização, conduzirá a uma nova rodada de globalização econômica ao promover o livre comércio”, avalia Wei Jianguo, especialista sênior do Centro de Intercâmbios Econômicos Internacionais da China, uma instituição com sede em Beijing.
O acordo da RCEP pode reduzir significativamente o custo do comércio na região, aumentar a competitividade dos produtos, criar mais oportunidades de negócios para empresas e fornecer mais opções e benefícios aos consumidores, destaca Wei.
Um estudo do Banco Asiático de Desenvolvimento previu que a RCEP contribuirá significativamente para a recuperação econômica pós-pandemia na região da Ásia-Pacífico e em todo o mundo.
Em 2030, aumentará a renda dos membros em 0,6%, acrescentando US$ 245 bilhões anualmente à renda regional e 2,8 milhões de empregos à região, de acordo com o estudo.