Mbale, Uganda – Ao amanhecer, Hellen Mugala, 27 anos, junta-se a centenas de colegas a caminho do trabalho no Parque Industrial Sino-Uganda Mbale, localizado no distrito de Mbale, no leste de Uganda.
“Este parque industrial ajudou muitas pessoas locais. Aprendi competências e ganhei a vida com a empresa chinesa”, disse Mugala.
Segundo as autoridades do parque, cerca de 5.000 jovens passam diariamente pelos portões do parque, a caminho de diversas fábricas. O parque industrial, um dos maiores do país, abriga mais de 40 empresas que fabricam vários produtos, incluindo smartphones, televisores, têxteis e aço.
As pequenas empresas e as aldeias vizinhas também estão recebendo os benefícios do afluxo de trabalhadores. Charles Nyeko, um residente da aldeia de Doko, disse que sua comunidade foi transformada à medida que a população cresceu de 2.000 para cerca de 4.000, a maioria deles trabalhadores do parque industrial. Desde que abriu uma pequena loja na aldeia, a vida de Nyeko “melhorou cada vez mais”.
Até ao final de 2022, apenas em termos de investimento direto estrangeiro (IDE), as empresas chinesas tinham investido mais de 692 milhões de dólares americanos em Uganda, segundo a embaixada chinesa. Em 2023, o IDE da China em Uganda atingiu 55,7 milhões de dólares. Esses investimentos, canalizados principalmente através da Iniciativa do Cinturão e Rota proposta pela China, criaram milhares de empregos locais.
As autoridades ugandesas afirmaram que esse investimento exponencial está catalisando a industrialização do país e o objetivo final da modernização. David Bahati, ministro de Estado do Comércio, Indústria e Cooperativas de Uganda, disse à Xinhua que a China, um importante parceiro de cooperação em Uganda, tem fornecido capital e compartilhado competências e tecnologia para desenvolver infraestruturas de energia e transportes, que são os principais impulsionadores da industrialização.
“O desenvolvimento do Parque Industrial Sino-Uganda Mbale está fazendo maravilhas. Vimos IDE passando pelo parque industrial, o que nos ajuda em termos de substituição de importações. A maioria dos itens que importávamos, como televisores e roupas, estão sendo produzidos no parque”, disse Bahati.
Ele também mencionou que a China está financiando a expansão do Aeroporto Internacional de Entebbe, a principal porta de entrada do país da África Oriental para o mundo. “À medida que a infraestrutura cresce, isso ajuda a comercialização e o comércio dentro e fora do Uganda. Portanto, a China está desempenhando um papel importante na melhoria dos rendimentos familiares”.
Evelyn Anite, ministra estatal das finanças para investimento e privatização em Uganda, disse que a China National Offshore Oil Corporation, que opera no Campo Petrolífero Kingfisher, também impulsionará o desenvolvimento da indústria petroquímica do país.
Uganda descobriu 6,5 bilhões de barris de petróleo na região ocidental, dos quais 1,4 bilhão de barris são comercialmente viáveis, segundo o Ministério da Energia e Desenvolvimento Mineral de Uganda. Os analistas econômicos e o Banco de Uganda previram que o setor petrolífero irá acelerar significativamente o desenvolvimento econômico do país, contribuindo para 30% do seu produto interno bruto.
“Veremos a fabricação de produtos petroquímicos com a ajuda do investimento chinês. Isso reduzirá nossa conta de importação e aumentará nossas receitas de exportação”, disse Anite.
