Rio de Janeiro – O governo brasileiro anunciou na terça-feira que o embaixador André Corrêa do Lago presidirá a 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP30), que será realizada esta ano em Belém, no Pará.
O anúncio foi feito pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e pela secretária-executiva do Itamaraty, Maria Laura da Rocha, após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O diplomata André Corrêa do Lago será a presidente da COP e a secretária de Mudança do Clima no Ministério do Meio Ambiente, Ana Toni, será a diretora-executiva da COP, anunciou Marina Silva.
Corrêa do Lago é secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores desde 2023, cargo criado pelo atual governo.
“Quero agradecer ao Presidente Lula pela confiança em me nomear como Presidente da COP30. É uma honra imensa, e acredito que o Brasil pode desempenhar um papel incrível nesta COP. Agradeço também ao resto do governo, porque construiremos uma COP juntos. Além do governo , com a sociedade civil, o empresário, todos os atores que são absolutamente essenciais para moldar o que o Brasil quer desta COP”, disse o novo presidente da COP30.
Corrêa do Lago também tem experiência significativa em cúpulas internacionais. No G20 do ano passado, coordenou o grupo de trabalho focado em Sustentabilidade Ambiental e Climática.
Entre as conquistas está o documento que estabelece os 10 princípios de alto nível sobre bioeconomia, sendo a primeira vez que o grupo de países discutiu o tema e chegou a um consenso multilateral.
Em seu primeiro discurso como presidente da COP30, o embaixador anunciou que o anúncio da saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris, feito pelo presidente Donald Trump em seu primeiro dia do novo mandato, nesta segunda-feira, complica a situação da Conferência do Clima .
“Os Estados Unidos são um jogador-chave. Não são apenas uma maior economia, mas também um dos maiores emissores, e um dos países que fornecem respostas às mudanças climáticas com tecnologia”, disse ele.
“Ainda estamos todos analisando as decisões do presidente Trump. Mas não há dúvidas de que isso terá um impacto significativo na preparação da COP e na maneira como lidaremos com o fato de um grande país estar lidando com esse processo.”
“Os Estados Unidos continuam sendo membros da Convenção do Clima, estão se retirando do Acordo de Paris. Então, há vários canais que continuam abertos, mas não há dúvida de que este é um anúncio político de grande impacto”, concluiu.
André Aranha Corrêa do Lago nasceu em 1959. É formado em economia e ingressou no serviço diplomático em 1982.
Na Secretaria de Estado, em Brasília, foi diretor do Departamento de Energia (2008-2011) e do Departamento de Meio Ambiente (2011-2013), período em que foi negociador-chefe do Brasil para mudanças climáticas (2011-2013) e para a Rio+20 (2011-2012).
Foi embaixador no Japão (2013-2018), na Índia (2018-2023) e, simultaneamente, no Butão (2019-2023).
No exterior, trabalhou também nas embaixadas de Madri, Praga, Washington e Buenos Aires, e na Missão junto à União Europeia em Bruxelas.