Por Gulnar Shaimergenova
No meio de crescentes tensões geopolíticas e ameaças de conflitos existentes e emergentes, a Organização para Cooperação de Shanghai (OCS), uma coligação diversificada e coesa, desempenha um papel essencial na manutenção da estabilidade regional e na promoção da prosperidade.
Desde que foi criada em 2001, a organização está empenhada em desenvolver uma boa vizinhança, reforçar a confiança mútua, expandir o diálogo multilateral e melhorar a cooperação mutuamente benéfica.
O Espírito de Shanghai garante que todos os estados-membros sejam ouvidos, independentemente da escala econômica, do potencial militar ou da influência internacional, dando um exemplo de cooperação multilateral.
A resolução das preocupações de segurança regional e a coordenação das respostas às ameaças à segurança continuam sendo o foco principal dos membros da OCS. A organização fornece uma plataforma importante para os estados-membros enfrentarem desafios de segurança comuns, particularmente terrorismo, extremismo e separatismo.
Através da Estrutura Antiterrorista Regional da OCS, os países membros conseguiram melhorar o compartilhamento de informações e a coordenação operacional, conduzindo a esforços mais eficazes no combate ao terrorismo.
A segurança energética também ocupa um lugar importante na agenda da OCS. Nos últimos anos, os esforços têm sido direcionados para a criação de um mercado energético unificado e para o desenvolvimento de projetos conjuntos na área de energia. O Cazaquistão e a China estão desenvolvendo ativamente projetos no setor energético, como evidenciado por investimentos significativos e pela expansão da cooperação.
Entretanto, a OCS precisa atualizar seus métodos para enfrentar os desafios e ameaças emergentes. Um trabalho ativo e eficaz está sendo feito para atingir esse objetivo.
Para além da segurança, a OCS também se tornou uma força motriz para a integração econômica e o desenvolvimento. Os estados-membros aproveitaram os pontos fortes da organização para fortalecer os laços comerciais, expandir a conectividade e buscar novas oportunidades de investimento.
Do ponto de vista econômico, a OCS representa um vasto mercado que ainda não foi totalmente explorado. Um dos principais focos da sua expansão é alcançar o desenvolvimento econômico coletivo. Ao promover um ambiente seguro, desenvolver infraestruturas relevantes e estabelecer normas e regulamentos unificados, a OCS injetará novo impulso na colaboração econômica entre seus estados-membros.
Essa expansão ligará os mercados da Europa ao Cáucaso, ao Oriente Médio e ao Sudeste Asiático, transformando permanentemente o cenário geopolítico e econômico da Ásia Central e do Sul.
A China desempenhou um papel de liderança na definição da visão da OCS e no reforço da cooperação entre os estados-membros. A sabedoria chinesa diz: “Para ficar rico, construa estradas”. Isso se aplica plenamente à antiga Rota da Seda, que serviu como o primeiro exemplo de globalização na história da humanidade.
Hoje, estamos recriando e revivendo esse feito histórico através da construção conjunta do Cinturão e Rota. Em sinergia com a agenda da OCS, a Iniciativa do Cinturão e Rota (ICR) promove o desenvolvimento de infraestruturas, o comércio e o investimento em toda a Eurásia. Certamente a ICR proporcionará uma base sólida para a construção de uma comunidade com futuro compartilhado para a humanidade.
A digitalização e a inovação também são essenciais para o futuro da OCS. A organização continuará avançando no desenvolvimento da tecnologia digital e trabalhando para preencher a lacuna digital.
Visando o futuro, a OCS tem potencial para desempenhar um papel ainda maior na definição da governança global e na promoção de uma ordem internacional mais inclusiva. Ao fortalecer a cooperação em áreas como cibersegurança, saúde pública e desenvolvimento sustentável, a OCS pode abordar questões globais prementes e contribuir para a paz e a prosperidade da humanidade.
Nota da edição: Gulnar Shaimergenova é diretor do Centro de Estudos da China do Cazaquistão.
As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor e não refletem necessariamente as posições da Agência de Notícias Xinhua.