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Embaixador de Portugal destaca o importante papel da China na recuperação económica mundial

Beijing – O embaixador de Portugal na China, Paulo Jorge Nascimento, destacou recentemente em uma entrevista exclusiva a importância da China para a economia mundial. Na sua opinião, a China é ator relevante a nível internacional, pois seu desenvolvimento contribuiu com cerca de 30% para o crescimento da economia mundial.

Nascimento citou os resultados exibidos sobre a taxa de crescimento do PIB da China em 2023 em torno de 5,2%, porém destacou com relevância a proposta de projeção da taxa de crescimento prevista para 2024 em 5%, apresentada no relatório de trabalho do governo chinês, com medidas económicas e sociais para alcançar os objetivos.

Sob o ponto de vista das relações comerciais, é importante que o crescimento da China possa manter-se de forma sustentada. Nascimento vê como positivas as perspectivas do desenvolvimento económico da China, primeiro para o país, e segundo para as relações bilaterais com Portugal, e conseguinte para o mundo. A China é um dos principais parceiros comerciais de Portugal, disse Nascimento, assegurando que “Portugal é um país que tem boas relações com a China e que pode constituir uma boa plataforma para os investidores e para as empresas chinesas no acesso ao mercado, não apenas europeu, mas também mercados transatlânticos”.

Em relação à cooperação da iniciativa de uma faixa e uma rota, o diplomata disse que Portugal aderiu à iniciativa em 2018 e vê a como potencial no sentido de contribuir não apenas para o desenvolvimento das relações bilaterais, mas também para a comunidade internacional. Afirmando-se colaborativo com as autoridades chinesas, ele manifestou a esperança de que esta colaboração produza resultados concretos em benefício dos povos dos dois países.

O embaixador admitiu que Portugal e China têm a mesma posição frente a questões políticas internacionais, de conflitos e segurança global. Ambos defendem a promoção do desenvolvimento global num clima de paz e segurança, que a resolução de disputas deve ser feita de uma forma pacífica com diálogo e que o recurso da força armada é admitido em situações especiais, previstas na Carta das Nações Unidas, disse.

Este ano de 2024, Portugal e China celebram os 45 anos das relações diplomáticas entre os dois países. Enquanto embaixador de Portugal em Beijing, Nascimento defende o apoio e diálogo mútuos. Do ponto de vista político, os países não têm disputa ou problemas, disse ele, destacando que na questão económica há ainda algum caminho que se pode fazer no sentido de promover o equilíbrio da balança comercial, mantendo a postura de disponibilidade de Portugal como destino de investimento chinês.

Quanto aos intercâmbios culturais, o embaixador acredita que os Institutos Confúcio impulsionam muito os intercâmbios culturais que são cruciais para que os povos de Portugal e da China se entendam e as duas partes consolidem ainda mais as suas relações. Sobre a cooperação em áreas específicas, ele afirmou que na área de energias renováveis, de alguns setores tecnológicos específicos e na área da saúde, Portugal e a China podem aprofundar seu conhecimento com vantagens mútuas, além de poderem colaborar e olhar para países terceiros.

Acerca das impressões e experiências na China, Nascimento esclareceu que se surpreendeu com a melhoria da qualidade do ar em Beijing. Em suas palavras, “a China fez ao longo dos últimos anos o percurso de desenvolvimento sustentável de respeito pela natureza e de cuidado com o ambiente”. Para ele, a população chinesa é acolhedora, as pessoas gostam do contato com os estrangeiros, aspecto que considera agradável na experiência de convivência com a cultura chinesa. “Interagir e relacionar-se com os cidadãos chineses são momentos que acho que são importantes e dão uma percepção da vida do dia a dia”, concluiu. 

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