Beijing – A China tem amplo espaço político para impulsionar o crescimento econômico e lidar com os desafios, e a economia deve atingir sua meta de crescimento em 2023, disse Pan Jiancheng, macroeconomista chinês.
Otimista com o desenvolvimento econômico da China no quarto trimestre, Pan espera que a recuperação econômica continue ganhando força, acrescentando que a economia deve alcançar sua meta de crescimento de cerca de 5% para este ano.
O governo chinês divulgou uma série de medidas pró-crescimento desde agosto, e elas estão começando a dar resultados, com melhorias de indicadores, que vão desde o índice de preços ao produtor e lucros industriais até o índice de gerentes de compras (PMI, sigla em inglês) de manufatura, confirmando a recuperação econômica sustentada, disse Pan em entrevista exclusiva à Xinhua.
A economia chinesa cresceu 5,2% ano a ano nos três primeiros trimestres de 2023, segundo dados do Departamento Nacional de Estatísticas (DNE).
Essa taxa de crescimento de 5,2% equivale a uma expansão anual do PIB de 6,3 trilhões de yuans (US$ 877,5 bilhões) e, se calculada a preços constantes, equivale a um aumento anual da produção do PIB de cerca de 10% há 10 anos, explicou Pan, que trabalhava no DNE.
Pan disse que, à medida que o tamanho da economia continue a se expandir, uma mudança de altas taxas de crescimento para taxas de crescimento médias ou relativamente baixas é normal. Comentando sobre uma moderação nas taxas médias de crescimento da China nos últimos anos, ele disse que “é um crescimento moderado enquanto o agregado econômico da China mantiver uma expansão constante”.
Afetado pela pandemia, assim como pelas mudanças na estrutura econômica doméstica e no cenário econômico global, o crescimento econômico da China mostrou flutuações nos últimos três anos, mas continua sendo um motor principal para a recuperação econômica global e seus fundamentos de longo prazo são sólidos, disse Pan.
Ele observou que o país ainda tem amplo espaço político para impulsionar o crescimento econômico e lidar com os desafios. A relação entre a dívida do governo central da China e a dívida geral do governo permaneceu baixa em comparação com outros países, permitindo que a China aumentasse ainda mais seu déficit para impulsionar o consumo e lidar com os riscos envolvendo a dívida dos governos locais e o setor imobiliário.
Olhando para o futuro, Pan acredita que múltiplos fatores impulsionarão o desenvolvimento de longo prazo da China, incluindo seu vasto mercado interno, dividendo crescente de talentos, processo de urbanização em andamento, sistema industrial completo, desenvolvimento do empreendedorismo e, acima de tudo, o país permanecer comprometido com a reforma e abertura.
Pan considerou a reforma e a abertura contínuas como a maior pedra de lastro do desenvolvimento econômico de longo prazo da China, dizendo que isso significa que a reforma institucional e a inovação tecnológica continuarão a impulsionar um aumento constante na produtividade total dos fatores do país e a garantir um desenvolvimento econômico estável e de longo prazo.
Como a segunda maior economia do mundo e maior país em desenvolvimento, a China continua comprometida com reforma e abertura, bem como com a globalização econômica, o que fará dela um importante motor que impulsiona a recuperação econômica global, disse ele.
“O aprofundamento abrangente da reforma da China contribuirá mais para o desenvolvimento estável, ordenado e sustentável da economia mundial”, disse Pan.